Não aprenderam nada, e o pior, não esqueceram nada.
Não há nenhuma instituição brasileira que tenha desrespeitado mais a Constituição nos últimos dez anos que o STF e seu apêndice, o TSE. Desde a recusa sistemática a modernizar nosso sistema de votação, desrespeitando decisão UNÂNIME do Congresso, até a transformação em grupo de lobbistas para impedir mais uma aprovação das urnas de segunda geração – seria a quarta – pressionando os líderes partidários.
Desde a interferência inconstitucional em atos do poder executivo até a criação inconstitucional de leis a partir da interpretação free style da Constituição. Desde fechar os olhos para o devido processo legal na prisão de Lula até descobrir cinco anos e vários recursos depois que a vara onde Lula foi julgado estava errada.
O histórico do STF tem sido esse. Um grupo de pessoas que acredita, e infelizmente parece que corretamente, que recebeu um mandato vitalício para fazer e refazer a Constituição a seu bel prazer. Se tornaram especialistas em errar, e tentar consertar erros com outros erros maiores, até que nada sobre do respeito à Constituição ou sensação de segurança jurídica.
Do outro lado, no poder executivo, agora se encontra a maior máquina de erros do país, o PT. Lula que saiu da prisão graças a mais um acordo de gabinete, está mais convencido do que nunca que só o conchavo salva. Já mostrou em duas semanas de governo que vai dobrar a aposta e aumentar a dose para conseguir o mesmo efeito em sua militância viciada em símbolos e estética. Liberalismo em dobro com identitarismo em dobro.
Sem nenhum pudor, já traiu mais de dez promessas de campanha e coloca Haddad, mesmo com toda liberdade conseguida com a PEC da gambiarra, para tributar o pobre e negar aumento prometido no salário mínimo. O objetivo é o equilíbrio fiscal, mas no lombo do pobre, enquanto o alto funcionalismo público recebe aumento. De novo. É para investir? Não. O governo não tem plano de investimento, não tem estratégia de desenvolvimento, é só conseguir recursos para pagar juros. Lula é o mesmo velho Robin Hood que conhecemos: rouba dos pobres para dar aos ricos.
Mas essa é a parte menos perigosa, porque ninguém mais nesse país se importa com o fato de estarmos há quarenta anos sem crescer, miseráveis, ficando sem indústria e sem emprego. O importante mesmo aqui é o banheiro sem gênero, a língua neutra, o crime inafiançável e hediondo de falar algo de um jeito que a turba fascista identitária julgue racismo. Isso aqui agora dá cadeia, até piada querem que dê cadeia.
Roubar? Tá liberado.
É nesse cenário explosivo que STF e PT se unem no momento para cometer o maior de seus erros. Diante de metade da população que não acredita sequer no resultado das eleições, de uma eleição que foi decidia no photochart por uma insana que sacou a arma em São Paulo contra um escroque do PT, eles decidiram que está na hora de colocar Bolsonaro na cadeia. Petistas vibram nas redes com rascunhos de minutas e slogans de “sem anistia”.
Agora imaginem o cenário alguns anos na frente. Um. Dois anos. Imagine se o mesmo que sempre aconteceu acontecer de novo. Economia entra em recessão sem a gambiarra da PEC. Tendo já todos os direitos básicos garantidos nos últimos anos, as minorias avançam por cima de direitos fundamentais da maioria garantindo cotas de cargos públicos e o fim da liberdade de opinião. Mais dia menos dia, um deputado de oposição, um pastor, um humorista é preso. O que era metade da população que não reconhecia o governo, agora é três quartos. E na prisão, está o homem que foi contra tudo isso. Que tiraram do poder para que tudo isso pudesse acontecer. Que tem a maior máquina de desinformação do Brasil. E que, diferentemente de 2018, não foi preso por corrupção, mas por supostamente tentar dar um golpe para “salvar o Brasil”. Vocês acham que nesse cenário o STF não vai tentar salvar sua pele de novo?
Nós já vimos um filme assim, não só entre 2017 e 2022.
Foi em Munique, 1923.
