Milton Temer: Datafolha e a esquerda combativa

Milton Temer Datafolha e a esquerda combativa
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Não me pretendo panglossiano- otimista em qualquer cenário- , mas considero permtido constatar que a pesquisa Datafolha publicada hoje mostra espaço amplo para uma candidatura de esquerda combativa a considerar os índices dessa chamada Terceira Via. Dessa direita dissimulada em centro.

EM TODOS OS cenários, e qualquer que seja o nome apresentado, os votos branco, nulos e “não sei” aparecem em terceiro lugar, no entorno dos 10%, com os demais não chegando perto dos dois dígitos . Na melhor das hipóteses para os nomes fora da polaridade Lula/Bozo, aparece um empate com Ciro Gomes. O que se explica.

CIRO conta hoje com apoios em segmentos da esquerda nacionalista por conta da muito maior nitidez de programa anti-neoliberal que vem apresentando, no contraponto à eterna falta de transparência sobre o que realmente Lula pretende. Navegando da contestação não definida ao teto de gastos ao aceno com a abertura de capital da Caixa, única estatal não atingida pelo rapinagem do mercado, Lula coloca um pé em cada lado da pirâmide social. Sua movimentação, hoje, é para sacar uma parte do favoritismo de Bolsonaro entre os empresários e os maiores salários na classe média.

SE É FATO que Lula se ampara na alternativa mais viável de barrar o projeto bonapartista reacionário de Bolsonaro, ele não tem outro ponto de apoio sólido que não seja a memória dos espaços que abriu para os de baixo, sem incomodar os privilégios dos de cima, em seus dois mandatos. O que não é pouco diante da tragédia de desemprego e desesperança em que foram mergulhados os setores populares a partir do segundo mandato Dilma.

TORNA-SE OBRIGATÓRIO, portanto, até para que não se transforme em corruptela de um PC do B cada vez mais se encaminhando em direção a uma extinção eleitoral, que o PSOL mantenha sua tradição de candidatura própria, classista, anticapitalista, para a Presidência da República.

UMA CANDIDATURA que não tema afirmar a necessidade de desconstruir e superar o atual regime predatório e degradador de direitos sociais, com propostas concretas de transformações estruturais. Uma candidatura que garanta a sobrevivência da legenda em função das exigências eleitorais, mas que acima de tudo exerça o papel pedagógica sobre camadas oprimidas que, por alienação, se entregam aos segmentos opressores. O Congresso Nacional do Partido, no próximo dia 25, não poderá fugir a esse tema.

TEMA onde não poderá ser escamoteado o fato de que Boulos, o candidato natural após a excelente votação para a Prefeitura de SP, ter retirado seu nome do pleito maior, se lançando governador, numa clara alusão de apoio a Lula, e ter tido como resposta imediata o lançamento de Haddad, hoje em conluio com Alkimin já pensando num segundo turno onde o nome de Boulos não consta.
Luta que Segue!!

  1. Uma ótima chapa para o PSOL seria fazer algo parecido com que ocorreu também após o Lawfare na Itália em que houve a ascensão do partido 5Estrelas através do carisma do comediante Beppe Grillo (apesar de suas contradições e tendências a um progressismo no estilo de “Tábata Amaral”).

    Assim uma chapa competitiva que buscaria encantar e engajar um público que pretende um progressismo do PSOL seria:

    * Gregório Duvivier como Presidente e Sônia Guajajara de vice-presidente.

    Seria uma oportunidade de marcar posição e não deixar que o público jovem tenha a penetração de oportunistas como MBL (que busca uma estratégia parecida com Gentilli) ou Novo ou Vem pra Rua.

    Além de uma oportunidade de colocar em debate temas importantes ao PSOL que podem nem ser debatidos pela fanatização alienante que virou moda no Brasil.

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