MANIFESTO CRISTÃO TRABALHISTA CONTRA O ESTADO POLICIAL
“Porque nada podemos contra a verdade, senão pela verdade” (2.ª Coríntios 13;8)
A manhã desta quarta-feira, 15 de dezembro, trouxe para os brasileiros uma triste noção do quanto as instituições republicanas podem ser abaladas quando sequestradas por um projeto político arbitrário, antivida e fascistóide. Sem ter sido chamado a depor e sem o devido processo legal, o vice-presidente nacional do PDT, Ciro Gomes, e o senador Cid Gomes tiveram suas residências vasculhadas pela Polícia Federal, no âmbito de uma operação que alega averiguar irregularidades na construção do Estádio Castelão durante a Copa do Mundo.
Trata-se de um caso de oito anos atrás, já devidamente elucidado na época pelo governo cearense, que conseguiu construir o estádio mais barato de todos os que foram edificados para a Copa do Mundo de 2014, e que agora ressurge justamente num contexto em que Ciro Gomes é o único pré-candidato à presidência da República que confronta o modelo econômico perverso que joga milhões de brasileiros na tragédia da fome, do desemprego, da informalidade, do nome sujo e da insegurança pública.
À guisa de um pensamento vil, reacionário e contrários aos direitos e garantias fundamentais extraídos de nossa Constituição – a qual este Movimento se submete – bem como em nossa legislação penal, processual penal e administrativa, compreendemos e nos solidarizamos com Ciro Gomes, respeitando o Princípio Constitucional do devido processo legal (CF, art. 5º ,LIV), defendendo seu Direito fundamental à ampla defesa e o contraditório (CF, art. 5º, LV), bem como suas garantias constitucionais da inviolabilidade da propriedade (CF, art. 5º,XI) e do sigilo telefônico (CF, art. 5º, XII). Tudo em estrita consonância do que Palavra de Deus, em Romanos 13:1, a qual o Apóstolo Paulo nos diz:
Todos devem sujeitar-se às autoridades governamentais, pois não há autoridade que não venha de Deus; as autoridades que existem foram por ele estabelecidas. (Romanos 13:1)
A corrosão das instituições da nossa República, infelizmente, não é de agora. Em governos anteriores, mesmo aqueles que usaram o repertório das lutas populares, já houve denúncias sobre a atuação de segmentos da Polícia Federal, abrindo e fechando inquéritos ao gosto do governo de plantão, numa verdadeira indústria de assassinato de reputações. Sob a égide do governo Bolsonaro, a tecnologia do Estado Policial foi aprimorada, e chega agora à beira do estado de exceção.
É dever de todos os democratas deste país protestar veementemente contra o uso das instituições de Estado a favor dos propósitos eleitorais do governo de turno, sob pena de ninguém estar a salvo de ser notícia como “investigado” num futuro bastante próximo. Nós, Cristãos Trabalhistas do PDT, cremos que as instituições de investigação precisam atuar de forma isenta, isonômica e republicana, não permitindo sequer a sombra de suspeita de motivação político-partidária.
Continuaremos na luta por um país com instituições sérias e independentes, inspirados pela voz do profeta bíblico Amós:
“Corra, porém, o juízo como as águas, e a justiça como um ribeiro perene” (Amós 5;24).
