Ciro Gomes se pronuncia sobre a unidade do PDT e a PEC do Calote

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Após a divergência pública entre Ciro Gomes e parte da bancada do PDT na Câmara dos Deputados na votação da PEC do Calote, o partido demonstra unidade em torno da liderança do ex-governador do Ceará e pré-candidato a presidente.

Na tarde desta terça-feira, a Direção Nacional do PDT se reuniu e decidiu por fechar questão pelo voto contrário à PEC dos Precatórios. Ao contrário da votação em primeiro turno, no segundo turno a maioria dos deputados cumpriu a decisão do partido e votou contra a emenda que acabou aprovada pela Câmara.

Imediatamente após a votação, o presidenciável Ciro Gomes realizou duro pronunciamento contra a PEC, que ainda tem que passar por votação também em dois turnos no Senado Federal, e exaltou a unidade partidária na oposição ao governo e ao calote dos precatórios.

Cada desafio partidário como esse tem aprofundado a liderança de Ciro Gomes como catalizador carismático do trabalhismo após a morte de Brizola. A tendência é que cada vez mais a bancada parlamentar do PDT expresse as ideias defendidas pela crescente e animada militância cirista em torno do Projeto Nacional de Desenvolvimento de seu líder.

Independente do resultado eleitoral do presidenciável e do PDT em 2022, o partido segue um caminho de solidificação ideológica em torno de um Projeto que é sintetizado nos valores da soberania nacional, do desenvolvimento econômico e da justiça social. Contra o pensamento único neoliberal hegemônico desde os anos 1990 com suas pernas de direita (FHC e Temer), de esquerda (Lula e Dilma), e de extrema-direita (Bolsonaro), Ciro Gomes representa um novo campo político realmente alternativo para o povo brasileiro.

Após o golpe de 1964 contra o trabalhismo e as reformas de base, o Brasil passou 20 anos sob a Ditadura Militar que eliminou fisicamente pela morte ou pelo exílio o campo político inaugurado por Getúlio Vargas. Na redemocratização, impediram os trabalhistas de utilizar a antiga sigla de seu partido, o PTB, que passou a se chamar PDT, enquanto os novos partidos aspirantes à hegemonia, PT e PSDB, disputavam entre si, mas se uniam para inviabilizar os populares governos pedetistas no Rio de Janeiro de Brizola e Darcy Ribeiro.

Esmagados pela direita e pela esquerda, o PDT de Brizola passou três décadas de “Nova República” sendo sufocado nos parlamentos, governos estaduais, organizações sindicais, movimentos sociais, e na grande mídia liderada pela inimiga mortal do trabalhismo, a Vênus Platinada. Brizola conduziu ferrenha oposição a FHC, apoiou Ciro Gomes em 2002, e morreu amargurado criticando a política conservadora do governo Lula por ser exatamente igual a do antecessor tucano.

Esse episódio da PEC dos Precatórios demonstra que o PDT sob a liderança de Ciro Gomes não será apenas mais uma legenda do sistema partidário brasileiro após a morte de Brizola, e sim o fio da história iniciada em 1930.