Após a vitória de Lula

Apos a vitoria de Lula
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Por André Luiz Dos Reis – Óbvio que se Lula vencer [o mais provável], será por diferença apertada, como em 2014. E claro que Bolsonaro vai contestar as eleições. Ele tem de contestar porque seu público exige esta narrativa. Bolsonaro fará como Trump, mais uma performance que um golpe. Mas suficiente para gerar uma crise de semanas, com arruaças, pancadaria e até morte. Ele precisa de algo tão marcante quanto a invasão do Capitólio.

Depois disso, entrega a faixa com a consciência de que suas massas vão continuar a apoiá-lo e a protegê-lo das denúncias e processos que se seguirão. A diferença é que ele não tem um aparato institucional ao seu lado. Trump dominou o Partido Republicano, e isto é MUITA coisa. Bolsonaro não tem nada parecido. Demorou muito para criar um partido, e pelas peculiaridades da cultura política brasileira, ele jamais teria o peso que o GOP tem nos EUA.

Em compensação, ele tem milícias, influência nas polícias, no baixo oficialato militar e, principalmente, nas igrejas evangélicas. Não é pouca coisa também. O fato é que, nesta situação, Lula chegaria frágil ao poder. Até porque eleito por uma “Frente” cujo único projeto consensual é tirar Bolsonaro do poder. Todo o restante é saudosismo e/ou discordância. Na primeira dividida, este Frentão vai começar a desmanchar.

2023 será ano de intensa crise social e econômica. Guedes destruiu as finanças e a economia pra apostar na reeleição. E o cenário internacional é conflituoso demais para que se permita qualquer otimismo. A vitória eleitoral de Lula pode ser o preâmbulo de sua maior derrota. E dessa vez, ele vai perder com quase todos os representantes da Nova República ao seu lado.

Por André Luiz Dos Reis