Para alvorecer uma PUC-SP democrática, popular e inovadora

Para alvorecer uma PUC-SP democratica popular e inovadora
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Por João Brandão & Izabella Ribas – Pela primeira vez na história da PUC-SP e em uma das maiores eleições – se não a maior – do Centro Acadêmico 22 de Agosto, uma gestão trabalhista assumirá o comando da representação estudantil do curso de Direito. Dividida em dois turnos e três chapas iniciais, a chapa Alvorecer fez, de início, 373 votos e, depois, 651, mais de 120 votos a mais que a outra chapa – até então, a situação – na segunda votação.

Desde já, lembramos da história de figuras populares como Lélia Gonzalez, Darcy Ribeiro e Leonel Brizola, que lutaram pela implementação da CLT, pela criação do SUS, contra a ditadura empresarial-militar e principalmente por um Brasil soberano e que promova a justiça social – que dão o norte político à gestão Alvorecer.

Em um âmbito local e universitário, não há como esquecer dos nossos pilares: Dom Paulo Evaristo Arns, Paulo Freire, Nadir Kfouri e todos e todas perseguidos e assassinados pelas forças de repressão do Estado brasileiro. É dessas figuras que a gestão Alvorecer vai retirar suas maiores inspirações de luta, ação e política. Ora, se nós usamos a rosa trabalhista como símbolo de nossa gestão, é porque muitos a utilizaram como emblema de resistência e união nos momentos de crise da democracia.

Contra fatos não há argumentos: foi vencedora a chapa recém-formada de militantes que não compuseram gestões anteriores, mas que individualmente atuaram, gerando grandes impactos no macro. Seja por ações de educação popular, seja por coordenação de eventos de arrecadação para o combate à fome na pandemia, por meio da militância e atuação política ou até por grupos de pesquisa e estudo de pautas caras à atualidade, todas e todos os militantes da gestão Alvorecer são pessoas comprometidas com a mobilização estudantil e com a luta, nesse ano de 2022, contra o fascismo e o neoliberalismo.

Ainda que outro coletivo da PUC, surpreendido por sua própria derrota, fale certas inverdades na tentativa de justificar o injustificável, a realidade aqui é uma: quem genuinamente pautou valores democráticos, populares e inovadores que conseguiram agitar e mobilizar a massa de estudantes da PUC foi a então chapa Alvorecer, agora gestão. Vale lembrar que a maioria dos estudantes, em anos anteriores, sequer participava das eleições do Centro Acadêmico. Entendemos que através do diálogo e a real preocupação com pautas universitárias e políticas sensíveis aos estudantes, a chapa Alvorecer impulsionou a participação de todas e todos no Movimento Estudantil puquiano.

Nós reiteramos: não somos 7 alunos de cargos protocolados no CA, nem 40 alunos de um grupo seleto e isolado, tampouco 600 eleitores. Somos mais de 3.000 alunos e alunas do Direito representados pelo Centro Acadêmico 22 de Agosto.

Ressaltamos aqui que, mesmo com inúmeras discordâncias, o diálogo com forças políticas organizadas e com independentes sempre nos é frutífero e respeitoso. Jamais desrespeitaremos forças adversárias ou antagônicas de nosso campo, não é nossa práxis. De igual sorte, é preciso que entidades representantes de minorias na universidade, como organizações de bolsistas e entidades anti-opressão, sejam também protagonistas da gestão do Centro Acadêmico 22 de Agosto. Nesse momento tão importante do país, essa troca constante com as mais diversas forças pode nos dar um rumo no combate ao fascismo, ao neoliberalismo – que, no momento, levam metade do país à fome, milhões ao desemprego, à violência urbana e à desigualdade social, inserindo-se aqui a elitização da universidade em que atuamos.

Partimos, então, enquanto Alvorecer e Juventude Socialista, desse diagnóstico nacional e local da PUC.

É vital que nossos eixos práticos estejam claros: a permanência estudantil com foco na situação específica de estudantes bolsistas, a melhoria da qualidade do ensino da PUC-SP e a participação e mobilização de toda a comunidade estudantil em torno de pautas que nos são comuns.

De modo pragmático, lutaremos para implementar um projeto com três eixos: aproximar, planejar e expandir. Estes eixos refletem na retomada do cursinho popular da PUC-SP; instalação de um ponto de recarga de bilhete único na faculdade; implementação de mecanismos de democracia direta; transparência das contas; revitalização financeira através de um modelo de financiamento; construção de espaço de estudos e trabalho remoto no 22; promoção de intensivões gratuitos pré-OAB; retomada da bolsa xerox; menores preços para bolsistas em cafés e lanches na lanchonete do CA; reivindicação para simplificação na emissão e apresentação de documentos dos bolsistas; programas para PCDs e para a saúde mental; e apoio incondicional à Assistência Judiciária. Além disso, pensamos no longo prazo: promoção do Fórum PUC 2050; plano de revitalização de infraestrutura junto à FUNDASP e um programa de segurança pública da PUC – sem incorrer, por óbvio, em catraquismos simplistas e propostas superficiais e despolitizantes. Não obstante, temos uma gama de propostas acadêmicas e universitárias, como a revista acadêmica do 22; estruturação de um laboratório de Direito e inovação; institucionalização de grupos de estudo e ligas acadêmicas, entre muitos outros projetos e ações.

Por fim, concluímos firmando um pacto para com a PUC-SP: presidiremos esse panteão da democracia brasileira e nossa luta é pelos direitos das trabalhadoras e dos trabalhadores, das e dos estudantes de Direito da PUC-SP, aliados a tudo que move esse país e essa faculdade. Deixamos, aqui, a frase mais emblemática do solo pontifício: não se cala a consciência de um povo.

Por uma PUC-SP democrática, popular e inovadora: é momento de unir e alvorecer o campo progressista na PUC-SP.

Viva o Centro Acadêmico 22 de Agosto, viva a Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, viva a rosa trabalhista e viva o movimento estudantil!

Por João Brandão, presidente do Centro Acadêmico 22 de Agosto – Direito PUC-SP, e
por Izabella Ribas, vice-presidente do Centro Acadêmico 22 de Agosto – Direito PUC-SP.