Wokes e o ‘complexo de Sherazade’

Wokes e o complexo de Sherazade
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Há vinte anos publicava meu primeiro artigo, descrevendo perfeitamente o processo que vimos nos últimos vinte anos. Contrutivistas sociais e relativistas, que não oferecem conhecimento ou tem qualquer utilidade para a sociedade, se voltariam para o controle político das universidades públicas como um câncer.

Como eles não tem qualquer ofício ou conhecimento que seja útil para alguém, fora da universidade pública, ou eles ou vão para uma ONG que recebe dinheiro de fora para financiar a destruição da academia brasileira ou morrem de fome.
Então partem para o controle político das instituições públicas, controlando os processos de concurso, seleção e bolsas para se reproduzirem, enquanto pesquisadores normais se dedicam a suas profissões ou à pesquisa.

O resultado é o domínio político das ciências humanas pelo que antes foi uma minoria irrelevante e desprezada.

Nos últimos dez anos aprimoraram seu melhor instrumento para esse domínio, o discurso woke, de “combate às opressões e ao preconceito”. Esse discurso funciona muito bem para intimidar professores pusilânimes e covardes, que não acreditam no que fazem e só pensam na aposentadoria. Pra quê arrumar guerra se em 10 anos estarão fora dali?

Com o discurso woke, se para de conceder bolsas de estudos a alunas e alunos pobres e capazes a passa a se dar só àqueles alunos “oprimidos”, que por coincidência são os que entram para reproduzir essa fábrica irrelevante de papel sujo e lamento ressentido.

É com esse discurso que um desqualificado que não consegue fazer uma mísera operação lógica se torna alguém com “lógica diferente” perseguido pela “elite branca e eurocêntrica”.

Para esconder o fato insofismável da irrelevância e inutilidade de sua produção, paradoxalmente os relativistas se tornam produtores intermináveis de discurso vazio, afinal, não descobrem ou investigam coisa alguma.

Como Sherazade, contam uma estória nova por dia para não serem decapitados pelo Sultão. É o que chamei de “Complexo de Sherazade”, que caracteriza a vida acadêmica dos relativistas.

Mas essas estórias são somente 1001 formas de dizer a mesma coisa: não existe conhecimento e tudo vale a mesma coisa: nada. Como todo câncer, os relativistas vão matar o hospedeiro: a universidade pública.

O Sultão aqui é o povo, que já descobriu o jogo de Sherazade.

E não se apaixonou.