A derrota da Reforma Elétrica Mexicana e sua lição para o Brasil

A derrota da Reforma Eletrica Mexicana e sua licao para o Brasil
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A Reforma Elétrica Mexicana era um dos esteios da Quarta Transformação. A medida nacionalista visava aumentar a participação da estatal do setor, a CFE, e reduzir a dependência de transnacionais, sobretudo estadunidenses. Para isso, precisava da aprovação de uma PEC que foi derrotada na Câmara dos Deputados no dia 18 de abril.

A derrota da emenda contou com forte conluio de instituições “neutras” como o STF mexicano e forte pressão midiática contrária, inclusive da supostamente progressista “El Pais”, que há anos conduz uma campanha de difamação contra o governo do Morena. Além dos interesses da parte rentista e entreguista da burguesia mexicana, colaborou para o rechaço a agressão imperialista exercida pelo “irmão do norte”: a Casa Branca mandou um “enviado especial” para assuntos climáticos, John Kerry, para ameaçar os mexicanos de guerra comercial caso tomem medidas em defesa de seu próprio país. Mais uma vez, a hipocrisia ambiental foi manobrada para avançar os interesses imperialistas.

Em resposta, o partido nacionalista e socialista mexicano puxou uma movimentação nas redes e nas ruas contra os “Traidores da Pátria”, denunciando todos os parlamentares que votaram contra os interesses de seu próprio país. O contexto não poderia ser mais quente: em breve, o presidente Andrés Manuel Lopez Obrador apresentará a proposta para a nacionalização do Lítio. Essa medida é necessária para proteger as riquezas do gigante latino americano das garras imperialistas de plutocratas como Elon Musk, cuja riqueza fora forjada pelo pai com esmeraldas roubadas do Terceiro Mundo. O modernético bilionário já havia defendido o golpe na Bolívia contra Evo Morales para adquirir controle do minério que pode ser uma das mais importantes matérias-primas do século XXI, verdadeiro petróleo da próxima revolução tecnológica.

A lição para o Brasil não poderia ser outra: um governo de fato nacionalista será alvo de agressões imperialistas na forma de hipocrisia ambientalista, sanções comerciais e pressão midiática de dentro e de fora do país. Somente um movimento de massas estruturado e organizado pode oferecer suporte para a agenda patriótica.