PT, Ciro e as alianças

Por Luiz Carlos de Oliviera e Silva - 1. Fernando Haddad disse o seguinte à Folha de S. Paulo: “Qualquer cientista político sabe que o PT é um partido de centro-esquerda, sempre foi tratado dessa maneira. Se o jogo político fosse limpo, continuaria sendo tratado assim.”
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Por Luiz Carlos de Oliviera e Silva – 1. Fernando Haddad disse o seguinte à Folha de S. Paulo: “Qualquer cientista político sabe que o PT é um partido de centro-esquerda, sempre foi tratado dessa maneira. Se o jogo político fosse limpo, continuaria sendo tratado assim.”

2. A declaração de Haddad constata, a meu ver, uma obviedade, nem precisava dizer… Agora falta convencer aquela parte da militância do partido que insiste na fantasia de que o PT é um partido de esquerda.

3. Esta parte da militância do PT insiste igualmente em caracterizar Ciro e o PDT como sendo de direita. Ora, parece-me evidente que PT e PDT são partidos de centro-esquerda, disputando entre si a hegemonia no campo progressista. Daí, viverem às turras, se bicando o tempo todo.

4. (O PCdoB, apesar do nome, também é um partido de centro-esquerda, mas devido à sua fragilidade, não tem condições de disputar a hegemonia no campo progressista. Antes, vem lutando para sobreviver…)

5. É da natureza dos partidos de centro-esquerda buscar apoio à sua direita e à sua esquerda. Dada a fragilidade eleitoral da esquerda, o empenho maior dos partidos de centro-esquerda acaba se dando na buscar de apoio à direita. Lula e Dilma saíram-se vitoriosos nas disputas à Presidência com um forte apoio à direita (PMDB, PTB, PP et caterva).

6. Ciro quer trilhar o mesmo caminho, para fugir do isolamento em que esteve em 2018, e que lhe custou a chegada ao segundo turno.

7. Contudo, surpreendentemente, Ciro pôs um limite para a composição de uma frente em seu apoio – declaração essa, que eu saiba, se não é inédita, é pelo menos rara, partindo de um candidato competitivo como ele.

8. Ciro disse que a frente de partidos a ser liderada por ele – com setores da direita não bolsonarista – tem que ter uma caráter anti-neoliberal! Caramba! Não lembro de Lula ou Dilma terem jamais dito algo semelhante. Mas. a cobertura do jornalismo marrom a serviço do pior petismo sobre essa declaração do “coronel” falsificou-a a ponto de ela se transformar numa adesão de Ciro à direita.

9. O saite do UOL foi honesto e publicou o seguinte, acerca da declaração de Ciro:

“‘O futuro, do meu ponto de vista, pede o encerramento da ilusão neoliberal e a formulação, em um ambiente muito difícil e complexo, de um projeto nacional de desenvolvimento. Esse projeto, para ser viável, tem de tomar uma parte do centro político da sua tradicional relação umbilical com a direita’, afirmou Ciro.” “‘O que vou fazer, à luz do dia, na frente de todos, é tentar capturar um pedaço de centro-direita para uma ampla aliança na centro-esquerda”, disse Ciro. ‘Se eu conseguir isso, vou ser o próximo presidente do Brasil. Se não, eu boto a viola no saco e vou ser um livre pensador’, afirmou…”

10. Se PT, PDT e PCdoB formam a centro-esquerda, quem ocuparia a esquerda no campo progressista? A esquerda, segundo penso, seriam as forças que se dizem anticapitalistas. Seria o PSOL uma força anticapitalista? Confesso que não tenho resposta para essa pergunta. Há também as siglas revolucionárias (PCB, PSTU etc.): do modo como eu vejo as coisas, esses ocupam a extrema-esquerda.

Por: Luiz Carlos de Oliveira e Silva.

Por Luiz Carlos de Oliviera e Silva - 1. Fernando Haddad disse o seguinte à Folha de S. Paulo: “Qualquer cientista político sabe que o PT é um partido de centro-esquerda, sempre foi tratado dessa maneira. Se o jogo político fosse limpo, continuaria sendo tratado assim.”

  1. Ciro , Lula e Dilma, esses candidatos já eram, tem mais rejeição do que apoiadores, foram politicos mediocres, não souberam pela ganâmcia é burrice de serem maiores,pois se comportaram como ditadores, dando apoio a mundo exterior, como aqui o Brasil fosse base de suas expanções imperialistas, pois deixaram de se eternizar dentro de suas
    proprias existencias como politicos. que imaginam serem eternos enquanto o fático são mortais ou seja tem uma duração de vida limitada pela propria natureza, não souberam criar sucessores.pois estão mais para um goodbye do para forever.

  2. Para mim, esse sítio já deu! O PCdoB, partido da Guerrilha do Araguaia, é um “partido de centro-esquerda”? Se isso for verdade, então, o PCdoB teria traído a memória de seus mártires. Entretanto, essa é uma confusão, que, infelizmente, muitos filiados e não sei quantos dirigentes do próprio PCdoB institucional, mordidos pela mosca do reformismo estéril, fazem sobre a necessidade de adoção de uma tática ampla no plano da luta institucional, esquecendo-se de que essa amplitude somente é validada se for combinada com a radicalização, pela luta de massas radical, no plano da luta não institucional. Não devemos jamais cometer o erro de falar sobre algo que desconhecemos, de confundir nosso “achismo”, com uma análise concreta, fundada em conhecimento profundo de nosso objeto de análise. O PCdoB não deixará de ser um partido revolucionário se se guiar por uma tática e estratégia corretas, características a todos os verdadeiros partidos comunistas, guiados pela Ciência Política marxista-leninista, tal como fez o d PCdoB de João Amazonas, Maurício Grabois, Diógenes Arruda, Rogério Lustosa, Lincoln Bicalho Roque, Pedro Pomar. Elza Monerat, Osvaldão etc, ontem, hoje e sempre, enquanto puder ser chamado de Partido Comunista; tática que consiste em ser amplo, não confundindo os aliados para a realização das tarefas democráticas com os aliados para a realização das tarefas revolucionárias, obrigando-se a fazer alianças eleitorais, institucionais, com partidos que correspondam a um programa mínimo, de transformações inerentes às referidas tarefas democráticas, que apontem para o desenvolvimento das forças produtivas, no plano econômico, das liberdades democráticas e da elevação do nível cultural de nosso povo, mas, ao mesmo tempo, radicalizando, no plano da luta não institucional, da luta de massas, para a realização de seu programa máximo, da luta que se funda na convicção de que a libertação dos trabalhadores e do povo deve ser obra dos próprios m, sendo essa tarefa de educação política dos trabalhadores e do povo em geral, para serem protagonistas de uma Revolução Social, a principal razão da existência de um partido comunista, e o que o diferencia de um partido da ordem como o PT, o PDT, e o PSB. A diferença entre o PT e o PDT, por sua vez, salta aos olhos, pela grande quantidade de comunistas existentes dentro do PT, em correntes como a organizadíssima Articulação de Esquerda, e pelo processo de fundação de ambos os partidos, o primeiro, de baixo para cima, a partir das lutas sociais travadas desde o final da década de 1970, que levaram, em última análise, à derrubada da ditadura, e o segundo, a partir da iniciativa de Leonel Brizola, de cima, portanto, para salvar o trabalhismo destroçado pela repressão da Ditadura, iniciativa totalmente frustrada, a ponto de ter levado os principais herdeiros de confiança de Brizola, como seus netos, Vivaldo Barbosa e Fernando Brito, a terem se afastado do PDT. O número de deputados e senadores do PDT que votou a favor do impeachment de Dilma e nas reformas de Temer e Bolsonaro, embora não sendo a maioria, nos dá a dimensão da dificuldade que o PDT está tendo e terá para honrar o legado de Brizola. Os ataques rasteiros de Ciro, fazendo coro com os golpistas de 2016, contra o “lulupetismo”, tentando de forma oportunista surfar em uma onda ” antipetista” urdida no seio de um projeto golpista que demandou colaboração do FBI, da CIA e de intelectuais orgânicos de Wall Street, também contrastam com a observação dos princípios recomendados pelo grande homem público brasileiro, Leonel de Moura Brizola.

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