Ontem, em Piracicaba, participei de um debate chamado “O governo Lula está em disputa?”. Na palestra, lá pelas 21h, disse que na questão da redução da taxa de juros do empréstimo consignado, apostava que o Governo não iria sustentar e hoje poderia já ter voltado atrás.
Quando acabou a palestra, recebo a notícia no zap de que Caixa e Banco do Brasil, como parte do cartel dos bancos privados, tinham suspendido o empréstimo consignado. Acertei na “previsão”. E por que acertei? É bem simples.
O petismo é uma máquina política social-liberal capaz de fazer políticas públicas importantes, mas totalmente desarmado para enfrentar qualquer interesse, ainda que mínimo, da burguesia. No petismo não existe mais a palavra CONFRONTO ou CONFLITO.
Não sai nenhuma reforma. Não saiu em 14 anos de governo (mesmo quando Lula tinha mais de 80% de popularidade e era um Deus na terra) e não vai sair agora (não pela vontade do Governo).
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O ministro Carlos Lupi falou em revogar a contrarreforma da previdência e foi duramente censurado por Rui Costa e por todo governo Lula. Agora, depois de baixar o juros no empréstimo consignado, sofre uma nova pressão e o resultado disso pode sinalizar algo grave.
Sinalizar o quê? Se a decisão de baixar o juros não for mantida e defendida pelo Governo Lula, fica claro, explícito, que Lula atua como palestrante dando boas ideias do que seria um Governo de esquerda, mas os ministros estão proibidos de tentar tornar essas ideias realidade.
Nesse caso, os discursos de Lula se tornam mera distração para a plateia enquanto a burguesia, o rentismo e o imperialismo mandam como sempre.
Se a baixa de juros não for mantida (ou Lupi for demitido), é esse governo dizendo: aqui não terá nenhuma luta.
