Por que Monark deveria ler Superman

Botão Siga o Disparada no Google News

Depois das polêmicas envolvendo declarações dadas a favor da legalização da um partido nazista e do pretenso direito de se ser antijudeu, em nome de uma suposta liberdade de expressão absoluta, o youtuber e apresentador do Flow Podcast, Monark, foi desligado dos estúdios que produziam o talk-show. Proibido pela plataforma de monetizar qualquer conteúdo que viesse a produzir, Monark voltou essa semana a público para dar declarações contra o Youtube, que estaria lhe tirando o direito de trabalhar.

Declarações hipócritas à parte, a polêmica envolvendo o Flow Podcast acendeu no Brasil um debate sobre o direito de circulação social de ideias intolerantes em que foram ouvidos desde os maiores absurdos por parte dos “liberais” brasileiros, estranhamente solidários aos grupos nazistas, até posicionamentos corretos taxados como obviedades, de que nazistas não têm direitos. Esses acontecimentos chegam junto com uma publicação da DC/Panini sobre a mesma temática.

Superman esmaga a Klan foi publicada originalmente no Estados Unidos em maio de 2020, chegando em terra brasilis somente em dezembro de 2021, e é baseada em um episódio do programa real de rádio do kryptoniano, intitulado “Adventures of Superman”, sucesso estrondoso nos anos 1940. Nele, o Superman, recém introduzido a seus poderes e ainda sem conhecer sua origem alienígena e sua fraqueza à kryptonita, enfrenta a ameaça da Klan da Kruz Kadente, grupo que faz as vezes de Ku Klux Klan em Metrópolis e ameaça a família de Tommy e Roberta Lee, dois jovens filhos de chineses e recém-saídos de Chinatown para o subúrbio da cidade do Super. Intimidada, a família pensa em retornar para seu antigo bairro, porém contam com a ajuda dos famosos repórteres Lois Lane e Clark Kent, além do Superman, para descobrir mais sobre a Klan e seu líder, o Grande Escorpião.

Trata-se de uma trama que é um resgate de uma velha história, mas de forma repaginada e que trata de preconceito, xenofobia e intolerância religiosa enquanto desenvolve muito bem os mocinhos e vilões da trama. A habilidade de narrativa de Gene Luen Yang (Chinês Americano) aliada a arte dos Gurihiru (Avatar: The Last Airbender) fornece uma aventura vencedora de dois prêmios Eisner e muito didática sobre temas atuais sensíveis, tanto para jovens (pois saiu pelo selo teen da DC Comics) quanto para adultos, como o nosso cancelado ex-apresentador de podcast. Em capa cartão e por preço justo, Superman esmaga a Klan saiu em boa hora para todos os leitores brasileiros.