Só com Lula e o PT é possível aprovar uma nova versão do Teto de Gastos – meter Fundeb, fundo do piso da enfermagem e travas para concurso público – com poucas críticas, silêncio de lideranças de esquerda e praticamente sem pressão social. Só o petismo consegue isso no Brasil!
Imagine, por exemplo, se fosse Simone Tebet ou Ciro Gomes presidentes fazendo isso? No mínimo do mínimo teríamos uma chuva de críticas e adjetivos como “neoliberal”, “inimigos do povo” etc. A eficiência é tão grande que o chefe do Governo, Presidente Lula, é poupado de críticas.
A asfixia da crítica é tão violenta que conseguimos, no máximo, criticar o Ministro da Fazenda, Fernando Haddad. Como se Haddad não recebesse ordens de Luís Inácio Lula da Silva. E para completar o pacote, já como é projeto do PT, não falta gente dizendo que o Novo Teto é bom!
O Brasil, pelos próximos 4 anos, não vai enfrentar nenhum dos seus problemas fundamentais. Seguimos o “país do futuro” – o futuro que nunca chega. Em 2026, na campanha, os mesmos problemas – desemprego, fome, educação, saúde etc. – vão ser pauta de novo.
É preciso bater palmas para a burguesia brasileira. A eficiência da nossa classe dominante é incrível. Ela consegue sempre “mudar tudo, para manter tudo igual”. E nos últimos 70 anos, o Brasil só teve risco real de mudanças profundas em 1961, 1964 e 1989.
Tirando esses três períodos, a burguesia brasileira vive um sono tranquilo. É um circuito fechado, como diria o velho Florestan Fernandes. Na América do Sul, talvez só o Paraguai seja comparável ao Brasil quando o tema é “mudar tudo, manter tudo igual”. Eles ganharam de novo!
