Mídia distorce resultados da pesquisa Datafolha sobre aborto

Midia distorce resultados da pesquisa Datafolha sobre aborto
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Resultado da pesquisa divulgada hoje e que parte da mídia vende como vitória dos abortistas. 38% dos entrevistados são a favor de proibir o aborto em todas as situações. Ou seja, são a favor de mais restrições do que a legislação atual determina. 34% querem manter como está. A soma de ambos é de 72% dos entrevistados. 17% gostariam de flexibilizar a lei, permitindo o aborto em um número maior de situações. E só 7% são favoráveis à descriminalização total.

O brasileiro continua radicalmente contra o aborto, e tende a apoiar mais o endurecimento do que o abrandamento da legislação.

As mulheres são tão ou mais rigorosas do que os homens. Entre eles, 39% querem manter a lei como está e 36% querem proibir completamente a prática. Entre as mulheres, 29% querem manter a lei como está, e 41% desejam proibir o aborto em toda e qualquer situação.

Apenas 9% das mulheres são a favor da descriminalização do aborto. Definitivamente, NÃO SE TRATA DE UMA AGENDA FEMININA.

Tampouco é pauta dos mais pobres. Entre os que têm menos de 2 salários mínimos de renda familiar, 29% querem manter a lei como está e nada menos que 46% querem proibir o aborto em qualquer circunstância [6 pp acima da média geral]. A soma dos que desejam manter a lei ou endurecê-la entre os mais pobres chega a 75% dos entrevistados. Apenas 7% deles concordam com a descriminalização do aborto.

O apoio à descriminalização aumenta entre os mais ricos, mas mesmo entre eles é minoritário. No recorte de renda famiar acima de 10 SM, 15% são a favor da descriminalização. 35% preferem manter a lei e 15% proibir o aborto em todos os casos [juntos somam 50% neste recorte de renda]. 32% gostariam de manter a criminalização, mas flexibilizando a lei.

O aborto também não é agenda da juventude do país. No recorte entre 16 e 24 anos, 31% querem manter a lei como está e outros 31% proibir a prática em qualquer situação. Apenas 10% são favoráveis à descriminalização.

O recorte de escolaridade aponta que só 9% dos entrevistados com nível superior é favorável à descriminalização. 38% desejam manter a lei e 22% querem endurecê-la, proibindo completamente a prática.

Não há grande divergência entre católicos e evangélicos nesse quesito. 35% dos católicos querem manter a lei e 40% querem proibir o aborto em qualquer circunstância. Entre os evangélicos, os percentuais são respectivamente 35% e 44%.

O Nordeste, que garante a viabilidade eleitoral de Lula, é a região do país mais contrária ao aborto. 30% dos nordestinos querem manter a lei atual. E incríveis 48% são favoráveis à criminalização em qualquer caso. No Sudeste, estes percentuais estão em 37% e 30%, respectivanente. No conservador Sul, em 39% e 36%. Não há região do país em que o apoio à descriminalização supere os 8% dos entrevistados.

Nem o cosmopolitismo das grandes metrópoles ajuda a agenda abortista no Brasil. Nas capitais e Regiões Metropolitanas, 38% concordam em manter a lei, 28% preferem endurecê-la por completo. Apenas 10% são a favor da descriminalização.

Poucas pautas no Brasil são tão antidemocráticas e dissonantes do sentimento popular que a abortista.

A oposição da população é tão evidente que podemos dizer com toda a certeza que uma eventual descriminalização do aborto sinalizaria, sem qualquer exagero, a morte de qualquer traço de democracia no país e a ilegitimidade acachapante do sistema político.

Midia distorce dados da pesquisa Datafolha sobre aborto