A difícil equação de Ciro Gomes

A dificil equacao de Ciro Gomes
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Por Cesar Benjamin – Tenho neste momento um sentimento ambíguo em relação à campanha de Ciro Gomes. Sem dúvida, ele tem sido o único candidato que trata das questões brasileiras fundamentais e usa o processo eleitoral para politizar as pessoas. Esse mérito ninguém lhe tira. É suficiente para atrair o meu voto.

Mas a dinâmica da política brasileira tem sido madrasta. Tendo a besta-fera na disputa, qualquer candidato fica palatável, e o fato de Lula estar perto de vencer no primeiro turno aparentemente legitima a demanda pelo voto útil, que vem se tornando cada vez mais agressiva. Um tal Xico Sá (acho que é jornalista) acaba de publicar que quem vota em Ciro é nazista.

Digo aparentemente porque a campanha propriamente dita ainda nem começou. A volatilidade do voto brasileiro já foi muito demonstrada em eleições recentes. Para desespero dos institutos de pesquisa, muitas eleições são decididas na reta final.

O melhor cenário para o Brasil seria um segundo turno entre Lula e Ciro, remetendo logo para os esgotos a besta-fera e seus bichos escrotos. Acho que devemos insistir nesta direção e aguardar.

Se essa possibilidade se fortalecer, a pregação do voto útil pode se virar para Ciro.

O sentimento ambíguo, a que me referi, vem do fato de que, para tirar a besta-fera da disputa, Ciro tem que disputar parte dos seus eleitores, e isso inclui pesar a mão contra Lula. É uma difícil equação política e eleitoral.

Ciro deve levar em conta que a política não termina nas eleições. Sua força está associada a uma postura diferenciada dos demais candidatos, colocando os problemas do Brasil como o grande mote da sua campanha. Se cair no bate-boca, perderá esse diferencial. Desejo que isso não aconteça, para que, ganhando ou perdendo, ele se preserve para o futuro.

Por Cesar Benjamin

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