Macau: Uma Plataforma de Intercâmbio e Aprendizagem Mútua entre as Civilizações da China e os Países de Língua Portuguesa

Macau Uma Plataforma de Intercambio e Aprendizagem Mutua entre as Civilizacoes da China e os Paises de Lingua Portuguesa
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Por Yang Chuqiao – “As missões culturais na nova era são promover ainda mais a prosperidade cultural, construir um país líder em cultura e promover a moderna civilização chinesa.” O presidente da China, Xi Jinping, destacou em seu discurso em uma reunião sobre herança e desenvolvimento culturais que a civilização chinesa tem uma capacidade de inclusão notável que determina fundamentalmente a orientação histórica dos contatos, intercâmbios e integração da nação chinesa, assim como também determina a abertura eclética da cultura chinesa para as civilizações mundiais. Ou seja, a civilização chinesa é famosa pela sua abertura e inclusão desde os tempos antigos e tem ganho continuamente nova vitalidade através de intercâmbios e aprendizagem mútua com outras civilizações.

Os intercâmbios culturais entre a China e os países de língua portuguesa (PLP) têm uma longa história e essa longa interacção fez surgir a cultura diversificada de Macau, fundamentada principalmente nas raízes culturais chinesas e, ao mesmo tempo, compatível com a cultura ocidental. Na nova era, a China e os PLP devem utilizar Macau como plataforma para reforçar o intercâmbio e aprendizagem mútua, o que não só enriquecerá a conotação e a prática do princípio “Um país, Dois sistemas”, como também tem um significado importante para a construção de Comunidade com Futuro Compartilhado para a Humanidade nos PLP e em todo o mundo.

Macau tem vantagens óbvias na ligação da China aos PLP

Já no século XVI, Macau tornou-se um importante porto comercial para os intercâmbios da China com outros países asiáticos e também com a Europa, África e Américas. Também passou a ser um centro de intercâmbio cultural entre o Oriente e o Ocidente e um importante elo na Rota da Seda Marítima. Em quase quinhentos anos de intercâmbios culturais, colisões e integração, as civilizações chinesas e ocidentais “Apreciam a cultura dos outros como a sua própria” e “valorizam e respeitam a cultura dos outros” em Macau, dando assim origem a uma cultura diversificada e aberta que mistura a China e o Ocidente. O delegado de Cabo Verde no Fórum Macau, Dr. Mário Vicente disse uma vez: “Encontro frequentemente europeus, africanos e asiáticos aqui em Macau, falando português, chinês e inglês, Macau é um lugar diversificado e inclusivo. Aqui, a gente pode observar mais de perto a China e sua experiência de desenvolvimento e depois levá-la de volta ao próprio país, o que é tão importante quanto as trocas comerciais.”

Desde o seu regresso à pátria, sob a correcta orientação do princípio “Um país, Dois sistemas”, a cultura de Macau comunica-se com povos distantes e integra-se com os vizinhos, promovendo continuamente os intercâmbios culturais com os PLP, ampliando a comunicação e reforçando gradualmente os intercâmbios de pessoas com províncias e cidades do continente chinês.

Por um lado, sendo a única região do mundo que utiliza o chinês e o português como línguas oficiais, Macau está há muito empenhado na construção de uma plataforma de contato entre a China e os países de língua portuguesa e e no cultivo ativo de excelentes profissionais sino-portuguesas (bilingues). A fim de promover o intercâmbio cultural e compartilhar de informação, no primeiro plano quinquenal de Macau, o Governo da RAE formulou um programa de formação para profissionais de língua portuguesa, incentivando mais pessoas a obter qualificações profissionais relacionadas com português, oferecendo recursos adequados para cultivar talentos bilíngues nas áreas da língua, finanças, direito, contabilidade, entre outros.

Ao mesmo tempo, muitas universidades em Macau oferecem cursos de português e assinaram acordos de cooperação com universidades do continente da China e dos PLP, o que não só cultiva um grande número bilingues locais, mas também constitui um complemento importante ao continente da China.

Por outro lado, Macau tem participado em diversas organizações internacionais de língua portuguesa, incluindo a União das Cidades Capitais de Língua Portuguesa e a Associação dos Comités Olímpicos de Língua Oficial Portuguesa. Os PLP têm instituições oficiais como o Consulado Geral de Portugal, da Angola e do Moçambique em Macau, bem como conceituadas organizações como o Instituto Português do Oriente e outras organizações não governamentais como Associação Casa do Brasil em Macau, Associação de Amizade Macau-Cabo Verde, Associação dos Naturais e Amigos de Angola em Macau, Associação Amigos de Moçambique de Macau, Associação dos Sãotomenses e Amigos de São Tomé e Príncipe, Macau-China, Associação dos Guineenses, Naturais e Amigos da Guiné-Bissau, Associação de Amizade Macau-Timor.

Estas plataformas de comunicação multinível não só constituem uma rede de comunicação abrangente entre a China e os PLP, destacando as vantagens da plataforma de Macau, como também constroem uma ponte para a China conduzir a cooperação económica, comercial e cultural através dos PLP na Europa, América do Sul e África.

Macau promove a aprendizagem mútua das civilizações entre a China e os PLP

Já quando a iniciativa “Uma Faixa, Uma Rota” foi proposta pela primeira vez, o Presidente Xi Jinping enfatizou a necessidade de fortalecer Five-Pronged Approach, entre os quais closer people-to-people ties significa comunicação entre pessoas, intercâmbios culturais, e aprendizagem mútua entre civilizações. Com base na cooperação da inciativa, a aprendizagem mútua das civilizações entre a China e os PLP inaugurou uma nova oportunidade sem precedentes. A atividade “Mês da Cultura” organizada conjuntamente pela China e Brasil, a Semana do Cinema Chinês em Lisboa e Centro Cultural Moçambique-China que foi inaugurado em 2023, também provocaram grandes reações positivas entre os povos dos PLP.

Como uma importante plataforma para a promoção da cultura chinesa nos PLP, o Governo da RAEM tem vindo a empenhar-se há muito tempo em transformar Macau num centro de intercâmbio cultural entre a China e os PLP. Assim, por exemplo, o Instituto Cultural de Macau organiza regularmente actividades como o “Desfile Internacional de Macau” e o “Festival de Artes e Cultura entre a China e os PLP”. O “Festival da Lusofonia” com características de Macau atraiu dezenas de comunidades lusófonas de todo o mundo para participar e o Fórum Macau promove todos os anos a Semana Cultural da China e dos PLP, além de criar um site cultural especial para exibir de forma abrangente as artes do canto e da dança, artesanato e comida da China e dos PLP. E o Governo da RAE de Macau e o Ministério do Comércio da China criaram conjuntamente “Uma Base de Intercâmbio e Cooperação para a Promoção da Coexistência Multicultural com Predominância da Cultura Chinesa” para apoiar o Fórum Macau na construção de um centro de intercâmbio cultural sino-português. Os jornais e estações de televisão locais de língua portuguesa, como Hoje Macau e Canal Macau promovem ativamente a cultura chinesa.

Outro exemplo é o Centro de Formação do Fórum de Macau que desde a sua criação tem realizado anualmente cursos de formação de curta duração para funcionários públicos, técnicos e profissionais dos PLP e de Macau. Até o momento, foram realizados um total de 54 cursos de formação, abrangendo infra-estruturas, ambiente protecção, direito comercial e administração pública, há mais de 7000 chefes de departamentos governamentais e pessoal técnico dos PLP vieram ao continente da China e Macau para participar em atividades dos recursos humanos.

Após a criação do Centro de Intercâmbio de Prevenção Epidemiológica China-Países de Língua Portuguesa, lançou ativamente cursos de formação online sobre medicina tradicional chinesa para responder à pandemia e partilhou a experiência da China com funcionários do Ministério da Saúde, pessoal médico e os povos dos PLP. Ao mesmo tempo que desempenhou o papel de liderança do governo, Macau também incentivou a participação de empresas, universidades e grupos da sociedade civil, não só desempenhando um papel na integração cultural entre a China e os PLP, mas também criando uma boa situação de desenvolvimento, tornando-se um pivô importante para os países construírem uma comunidade com um futuro partilhado para a humanidade.

Nessa linha de interação e diálogo, em 2023, Macau realizou o primeiro Fórum de Intercâmbio e Aprendizagem Mútua entre as Civilizações da China e dos Países de Língua Portuguesa, subordinado ao tema “Intercâmbios Multiculturais e a Construção da Comunidade de Destino Comum da Humanidade através da Plataforma de Macau”, participaram no fórum especialistas e acadêmicos de oito países de língua portuguesa, incluindo Portugal, Brasil, Angola, Moçambique, Cabo Verde, São Tomé e Príncipe, Guiné Bissau e Timor-Leste. Como disse o Diretor da Academia Chinesa de Ciências Sociais, a realização do Fórum aqui em Macau é uma medida importante para implementar o pensamento cultural de Xi Jinping e as iniciativas de civilização global, ajudará a aproveitar as vantagens únicas dos estreitos laços históricos e culturais de Macau, promoveu o intercâmbio cultural e a aprendizagem mútua entre civilizações entre a China e os PLP na nova era a um novo nível.

Macau continua a desempenhar o seu papel de plataforma de contato entre a China e os PLP

Nos últimos anos, Macau tem centrado o seu desenvolvimento na construção de “uma plataforma” (Plataforma de Serviços para a Cooperação Comercial entre a China e os Países de Língua Portuguesa), e gradualmente expandiu-a para Três centros (um centro de serviços para as pequenas e médias empresas, um centro de distribuição dos produtos alimentares, um centro de exposição e convenções), no 14.º Plano Quinquenal da China e nas Linhas Gerais do Planeamento para o Desenvolvimento da Grande Baía Guangdong-Hong Kong-Macau, propõem claramente apoiar Macau na construção de Plataforma de Serviços para a Cooperação Económica e Comercial entre a China e os PLP, construi Macau como Uma Base de Intercâmbio e Cooperação para a Promoção da Coexistência Multicultural com Predominância da Cultura Chinesa. O segundo plano quinquenal da RAE de Macau aponta especificamente que Macau desempenhará um papel de liderança na educação portuguesa na Grande Baía, vai aprofundar a construção da “Aliança para o Ensino da Língua Portuguesa na Grande Baía” e promover a cooperação com os PLP, incorporar elementos culturais dos PLP nas atividades do festival, expandir e aprofundar o intercâmbio cultural e artístico entre a China e os PLP.

No futuro, como disseminador da cultura chinesa, Macau deverá consolidar-se como um centro de intercâmbio cultural entre a China e os Países de Língua Portuguesa, contar bem aos povos a história de Macau e da modernização chinesa, demonstrar a força transformadora de “um país, dois sistemas” e, como espaço promotor do diálogo intercultural, impulsionar a construção de “uma comunidade com um futuro partilhado para a humanidade”.

Por Yang Chuqiao

Universidade de Ciência e Tecnologia de Macau