Uma das principais justificativas públicas de setores do PT, como Fernando Haddad, para a aliança com o Alckmin envolvia a suposta garantia de uma vitória em primeiro turno.
Li até, em um texto de uma pesquisadora do Cebrap, a hipótese da tão sonhada aliança entre petistas e tucanos históricos (um antigo sonho uspiano) conseguir finalmente acabar com o Centrão como instrumento de governabilidade! A modernidade paulista finalmente varrendo o atraso.
Quando Haddad deu esta justificativa pública, Lula tinha 47 ou 48% de intenções de votos, enquanto Bolsonaro tinha de 21 a 22%.
No Datafolha de hoje, Bolsonaro diminuiu muito a distância: 43% a 26%.
Conclusão: se não é possível apontar que a aliança com o ex-adversário tem algo a ver com a causalidade deste perigoso estreitamento da margem de vitória lulista, podemos, entretanto, concluir que o discurso do Haddad não passava de doce ilusão. São os malefícios de confundir o Brasil real com o departamento de ciência política da USP ou com o Largo São Francisco.