Há uma estupidez básica espalhada pelo mundo político que é a crença de que o oposto do neoliberalismo é um Estado assistencialista que distribua renda mínima e programas sociais de apoio aos excluídos.
Mas isso está na essência do neoliberalismo.
Ultraconcentrador de renda, o neoliberalismo precisa de programas de renda mínima porque senão tornaria a sociedade excessivamente instável e ineficiente política e economicamente.
Apesar de propugnado por Milton Friedman, o comandante intelectual da destruição do Chile, essa ideia básica está presente no pensamento humano desde Aristóteles.
Não é a defesa de renda mínima que faz alguém romper com o neoliberalismo ou ser de “centro”.
A ideia proibida pelo neoliberalismo é a do Estado emissor de crédito nacional e investidor, o Estado que empreende onde é necessário e a iniciativa privada não quer, o Estado que detém o poder sobre as atividades econômicas estratégicas da economia.
Quem afirma que essas ideias são “ultrapassadas” é um mero idiota ou perverso à serviço da concentração de renda, provavelmente os dois. Isso é a única coisa que dá certo há um século, é o que está por trás de toda experiência bem sucedida de crescimento econômico aqui ou no exterior.
Quem quer tirar o poder de investimento do Estado e privatizar setores básicos da economia, como o de energia e bancário, é um agente do modelo econômico mais fracassado de todos os tempos, o neoliberalismo.
E não é a defesa da distribuição de ração para os escravos e excluídos que faz dele um ser humano. Provavelmente é o contrário.