Gramsci e os pobres de direita

Gramsci e os pobres de direita
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No vídeo do meu canal sobre “pobre de direita” argumentei que na década de 1980, mesmo com maior nível de analfabetismo e menor acesso ao ensino superior, o nível de consciência de classe era maior que hoje. Algumas pessoas se surpreenderam com isso. Vamos pensar.

O nível de consciência de classe de um povo não tem relação direta com acesso ao ensino formal. É claro que é pauta nossa o fim do analfabetismo e universalização da educação e cultura, mas consciência de classe é fruto da organização de classe e agitprop revolucionário.

A própria qualidade da educação e cultura, inclusive, depende do nível de organização e politização da classe. A cultura brasileira, nos anos 1980 ou antes do golpe de 1964, era mais rica por influência das organizações da classe trabalhadora.

Quem debate isso muito bem é Gramsci. Numa passagem pouco lembrada do caderno sobre Maquiavel, a política e o Estado moderno, Gramsci fala que a qualidade da universidade e dos seus quadros depende do quanto a classe trabalhadora impõe reflexões nacional-populares e críticas.

Não é pauta da escola e universidade burguesa criar consciência de classe revolucionária. São as organizações revolucionárias que devem elevar o nível de consciência da classe, potencializar organização e turbinar de pensamento crítico as instituições burguesas de educação.