A hora do governo assumir o comando efetivo das Forças Armadas é agora!

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OU O GOVERNO ASSUME o comando das Forças Armadas de forma integral, imediatamente, ou estaremos todos submetidos a um clima de suspense durante os próximos tempos.

A FORMA LENIENTE com que vem sendo tratada a cúpula militar, principalmente com a expectativa gerada pelo anúncio de um encontro de Lula com os atuais comandantes, deixa claro um clima de subalternidade não explícita, que só faz dar tempo para que a serpente saia do esconderijo temporário, após a cacetada do dia 8, e volte a agir livremente.

NÃO VOU CANSAR de repetir o exemplo de Gustavo Petro, presidente eleito da Colômbia eternamente conflagrada em volumes bem mais altos do que os da cena brasileira, que não hesitou em afastar meia centena de oficiais-generais. Sem nenhuma crise.

É O PRÓPRIO RUI COSTA, chefe da Casa Civil, moderado liberal de quatro costados, quem afirma, a propósito das mudanças ainda parceladas no GSI : “Não se trata de confiança. Mesmo dentro das áreas militares trocamos os comandantes. Então, é natural que todos os outros assessores haja um rodízio entre as pessoas. Nos cargos militares, vai haver troca e dar oportunidade a outros militares para ocupar cargos de confiança restrito a militares. Até porque, outras pessoas tem capacidade técnica que podem exercer esse cargo. Não há nenhuma novidade, nenhum mistério. Ou alguém achava que a gente ia entrar no governo e manter os assessores do governo anterior? Civil ou militar. Não é razoável que isso fosse assim.”

MAS POR QUE SÓ OS ASSESSORES? Tais defenestrações não são nada se mantidos os verdadeiros mentores de tais assessores, os generais quatro estrelas levados a tal graduação por fidelidade ao bolsonarismo.

O CRITÉRIO de escolha por antiguidade só deu alguma segurança, até agora, no comando da Marinha. Exército e Aeronáutica continuam como grandes incógnicas. Sem nenhuma certeza sobre o abandono da submissão até agora registrada em relação ao general Villas Boas, o ideólogo do retorno militar conservador, muito mais do que ao presidente eleito pelo voto da maioria da população.

ESSA CÚPULA teve menos a ver com a derrota do movimento de 8 de janeiro do que a pressão internacional de chefes de Estado em seu apoio imediato, ainda quando era incerto o quadro, ao presidente Lula. Apoio por terem clareza sobre o efeito nocivo, em suas próprias realidades, de uma eventual vitória do golpe restaurador do regime pós-64.

Barrar Bolsonaro representava, para eles, barrar Trump nos Estados Unidos, Le Pen, na França, e NeoNazis na Alemanha.

MAS “O AFETO QUE NÃO SE ENCERRA“ termina pelo menos por se esfriar com o surgimento de novos problemas. Quando se tornarem cansativas as imagens que insinuam cumplicidade, por omissão, das Forças Armadas com os vândalos de baixo coturno. Com os “terroristas”.

E É FUNDAMENTAL que o governo Lula se dê conta disso. A aliança de tucanos e fascistas, revelada na eleição de Bolsonaro, pode se restabelecer tão logo algum risco venha a surgir quanto a revisões progressistas nas contrarreformas implementadas nos últimos anos.

QUE ATENTEM PARA ISSO os moderados e conciliadores, os que operam por táticas defensivas e úteis aos que precisam de tempo para reorganizar suas tropas e voltar à ofensiva. A hora é essa para que o governo assuma o comando efetivo das Forças Armadas, com oficiais não obrigatoriamemnte de esquerda, mas legalistas, que os serviços de inteligências confiáveis revelem o mais rapidamente possível na linha de promoções de oficiais superiores.

ATÉ POR QUESTÃO DE TRANSPARÊNCIA e confiança, que tal o governo Lula começar a compatibilizar a retórica ousada do presidente com um consequente desdobramento coerente?

PORQUE A considerar a entrevista do inefável José Múcio após o encontro de Lula com os comandos militares, nada do que realmente se esperava, a partir das próprias declarações do presidente em sua longa entrevista à GloboMews, ocorreu. Nem se tocou no tema sobre o papel constitucional das Forças Armadas, questão fulcral no debate sobre o cenário inseguro em que transitamos. Ou seja, houve alguma precisão quanto à reversão da leitura canhestra do governo Bolsonaro, e de ”juristas” da linha Deus, Patria e Família, quanto ao “papel moderador” que os segmentos e peronalidades referidos pretenderam a elas imputar?
MAS VAMOS MAIS LONGE.

Quem, afinal de contas, determina a linha da econoemamia política deste governo? É o presidente, quando contesta a isenção de um Banco Central, dito autônomo, mas claramente subalterno aos paradigmas da banca privada, e quanro a uma primazia de reforma tributária em favor de uma linha de justiça, que faça pagar os que mais têm isentando os mais vulneráveis? Ou vale o que é dito em seguida por um assessor palaciano dizendo que ninguém mexerá no Banco Central, para além dos ministros da área, Haddad, Tebet e o próprio Alckmin afirmando a manutencão dos dogmas neoliberais, pró grande capital?

COMO ESTÁ é que não pode continuar. Ou Lula se decide a assumir o governo, concretizando em atos e fatos aquilo que discjursa, ou breve teremos o retorno de generais levantando dúvidas sobre a legitimidade do seu governo.

DISCURSO SE CONCRETIZA em ato de Comando. Lula deu passo importante. Rompe o critério abstrato e conservador da escolha por antiguidade, e nomeia general Tomaz Vieira, comandante do Sudeste, que já havia se definido ontem pela normalização do papel das Forças Armadas, “respeitosas da escolha eleitoral do povo”.
CORRETÍSSIMO.

E não se trata aqui de defender escolhas politizadas, com militares eventualmente identificados programaticamente com o governo. Nos limites do atual contexto político, foi passo fundamental, importantíssimo, e deve ser prestigiado pelas forças progressistas da Nação.

Luta que segue!