O Rio de Janeiro é a síntese da catástrofe institucional e social em que o país está metido. O estrago da frente Cabral-PT-Pezão tornou a cidade ingovernável. Pra piorar, o povo carioca, com justo incômodo e influenciado pelo lava-jatismo global, escolheu um comandante lunático pra capitanear a nau à deriva. Witzel deixou como rastros uma gestão caótica e um vice (hoje governador) cuja maior experiência é a gestão de sua carreira gospel, como crooner católico. O Rio é uma comédia divina, afinal.
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Em conversa com o jornalista Reinaldo Azevedo, o prefeito Eduardo Paes deixou aberta a possibilidade de engrossar o caldo de Freixo e sua frente ampla.
“É um bom nome”, disse Eduardo.
Rodrigo Maia também estava na conversa e não pareceu discordar.
Freixo ganhou seu espaço no mundo de Brasília por ser um hábil negociador em meio à escuridão de seus pares – com poucas exceções – da oposição. É um cumpridor de acordos, característica fundamental em Brasília.
Paes, o último malandro, sabe disso.
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Sendo um político pragmático desde a relatoria da CPI das Milícias, ainda na ALERJ, Freixo demonstra capacidade de aglutinar os mais diversos polos da política carioca. Em duas últimas campanhas, bateu na trave por duas vezes. A dificuldade de entrar em boa parte da cidade (por ser perseguido pela milícia) misturado com um certo excesso de bom mocismo do Leblon, acabaram derrotando-no.
Parte da culpa advém do PSOL, partido de Marcelo, que é estreito e quase estudantil em caráter de alianças e pragmatismo. Com coligações minúsculas e limites territoriais, Freixo calejou-se de perder e não está mais disposto a largar as articulações da capital para capitanear um projeto fadado ao fracasso.
Paes e Maia possuem uma extensão eleitoral que falta em Freixo.
Freixo, que apesar de malandro não é o último, também sabe.
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Sair do PSOL é a única alternativa de Freixo. É inimaginável discutir um programa salvador para o Rio de Janeiro em paralelo a discussões patéticas que permeiam o partido.
Candidatar-se sem a possibilidade de uma amplíssima aliança é garantia certa de derrota. O PSOL não aceitará os termos naturais da negociação política e a candidatura será um Frankstein de esquerdismo estudantil.
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O enredo da eleição carioca está se desenhando. O carnavalesco Freixo pode entrar na avenida por uma escola com chances ou optar pelo eterno grupo de acesso. A alegoria pode ter dois desfechos: a redenção ou o inferno de Dante.
O Rio é uma divina comédia, afinal.