O impostômetro do impostor: Fernando Haddad e a Classe Média

O impostometro do impostor Fernando Haddad e a Classe Media
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Durante a transição, entre nomeações sem nexo e comissões que só serviram pra tirar foto, um colega, jornalista da Revista Piauí e amigo de faculdade do então cotado Fernando Haddad, disse-me:

“Haddad tem a cabeça de um filho de comerciante da 25 de março, vai negociar tudo”.

Minhas experiências com a 25 de março – que se resumiam a orientais simpáticos vendendo roupas e árabes truculentos me empurrando alguma quinquilharia digital – me levaram a crer que pelo menos em alguma medida, o ministro seria bom de negócio. O que não esperávamos é ver que o sangue da 25 de março o pulsaria na hora de derrubar concorrentes, taxando bugigangas do e-comerce – enquanto promove o maior arrocho fiscal promovido por um governo “popular” no Brasil. Tudo isso em nome de auxiliar os grandes varejistas republicanos, como o véio da Havan.

Haddad, cujo maior legado político foi ter perdido as eleições em todas as urnas de São Paulo para João Dória, foi promovido a ministro da Fazenda por sua lealdade canina ao patrão. Juntou meia dúzia de liberais – arregimentados dos cafezinhos da sala de professores do Insper – e foi para a batalha cruel do lulismo: conciliar os interesses de quem votou em Lula com os interesses de quem Lula quer agradar, ou seja, o mercado financeiro. O problema é que na periferia do capitalismo, essa conciliação só se dá quando um lado quer calças e o outro as perde. É o famoso acordo “caracu”, no jargão popular. O mercado entra com a cara e o povo com o resto. O ministro da 25 de março é o fiador.

Mas se a classe média teme, que fique tranquila. Apesar do ministro taxar os milionários de até 2 salários mínimos, as camisetas de time Tailandesas e manter o carro popular mais barato em R$80 mil reais, Janja Lula da Silva está aqui para nos elucidar. A primeira dama e ombudsman, quando não está se intrometendo em assuntos que não possuí o menor conhecimento, agora deu pra fazer a comunicação do governo – o que não é de todo ruim, dado ao fato da outra opção ser o Paulo Pimenta, que entende tanto de comunicação quanto Janja de economia política. Utilizando-se da mídia oficial do governo, a página CHOQUEI, nossa first lady explicou para os pobres mortais que a taxação não seria nas pessoas físicas e sim nas jurídicas. Assim como o aumento da gasolina se dá nos postos e não nos consumidores. As teses econômicas de Janja são fascinantes pois presumem que só existam imbecis no Brasil. Apesar de ser uma quase verdade, a pouca opinião pública não entregue ao lulismo, resolveu reagir explicando o óbvio: Haddad optou por taxar ainda mais a classes média em prol dos lucros livres dos grandes bancos, que seguem emprestando dinheiro para aposentados com juros pornográficos. E quem criticar é fascista!

Justiça seja feita, Lula deixou claro suas opiniões sobre a classe média durante a campanha. O então candidato afirmou com todas as letras que “consomem muito”, lembrando a célebre frase de Marilena Chauí, imortalizada nos anais do Brasil : “ eu odeio a classe média”. Odeiam mesmo. Preferindo parafrasear Nelson Rodrigues, que é intelectualmente e espiritualmente muito superior à Marilena, lembremos que, ao tirar até as calças das classes médias, Haddad as desnudará, e como nos ensinou Nelson:

Toda nudez será castigada.