Bolsonaro voltou a realizar lives. Repete Collor e Dilma. Rejeita a intermediação da política, dos políticos e dos grandes meios. Tenta uma comunicação direta com o povo. No retorno, reforçou a superioridade de militares sobre civis e abordou temas laterais.
Contraditoriamente, usa um meio direto para tentar dar resposta aos temas pautados pela grande mídia. Dilma também foi pautada pela imprensa. Detestava políticos. Ela e Collor acabaram isolados e caíram.
Chefes do executivo fortes não gostam de ceder poder aos políticos. FHC esculhambava todos pelas costas mas, por “precisão”, acabou cedendo poder ao DEM e a outros aliados.
Lula desautorizou o acordo costurado por Dirceu com o PMDB em seu primeiro governo. Quando o mensalão veio, a realidade e a inteligência do presidente mais popular de nossa história o fizeram recuar.
O Capitão tenta uma governabilidade “ligação direta”. Sem espaços no governo, os políticos não poderão nem posar de importantes dizendo que estiveram com o presidente e “ele falou isso ou aquilo”. Correm o risco de um internauta dizer que falou com ele antes deles.
É uma tentativa de quebra de paradigma, uma nova estratégia “cavalo do cão”. É baixa a probabilidade de crescimento robusto do PIB no médio prazo. Vai dar certo?
Por Ricardo Cappelli