Capitão América: Branco é uma lição de patriotismo aos invasores do Capitólio

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Por Antonio Cazarine – Capitão América Branco é obra da consagrada dupla Jeff Loeb e Tim Sale, que fizeram história juntos na DC, com Batman e Mulher Gato, e na Marvel com a série das cores, que remete às origens dos personagens: Demolidor Amarelo, Hulk Cinza e Homem Aranha Azul. Capitão América Branco é parte dessa série, mostra o início de sua carreira na Segunda Guerra Mundial, seu encontro com Bucky, suas primeiras missões com Nick Fury e o Comando Selvagem.

Uma história muito nostálgica e contada por flashbacks a partir do seu descongelamento pelos Vingadores nos anos 60. A narrativa é levada no fio da descoberta do Capitão sobre como se deu o final da guerra, sua culpa por não ter participado efetivamente deste e suas lembranças das memórias com Bucky, esta que é uma das maiores relações dos quadrinhos, estranhamente protagonizada por um herói que nunca teve grandes interesses amorosos em seus muitos anos de banca. A parceria do herói com seu ajudante é uma relação de irmãos de armas à moda de Aquiles e Pátroclo, um vínculo muito superior a qualquer outro elo que pode ser forjado na vida pois é construído com balas e mortes para eternidade.

Tim Sale brilha nas cenas de combate com sua arte inspirada na animação, mas que não desbanca para o cartunesco e Jeff Loeb é o típico roteirista oito ou oitenta, aqui é oitenta, com uma grande dose de patriotismo americano, pintando uma grandeza do país, mas não como algo armado e sim como uma cegueira amorosa dos cidadãos pela pátria. Daria para dizer que é o antônimo das manifestações nacionalistas que pintam e bordam achando ter carta branca por dizerem ser defensores de um suposto país que se perdeu. Li a HQ na semana das eleições e digo que pode ser lida sem maiores prejuízos durante a semana das manifestações e invasões ao Capitólio, talvez ensine algo sobre o que é amor pelo país.