Brasil, Butão e Bolsonaro

O que Brasil, Butão e Bolsonaro têm em comum? O que o reino da Felicidade tem que a baiana brasileira não tem? Vacina...
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Por Renato Zaccaro – Butão é um reino budista perto do Himalaia. Pelo menos é isso que diz a Wikipédia. Sua população é de 754 mil pessoas. Mais ou menos o tamanho de Osasco, sem purê de batata do cachorro-quente.

Butão é um país semi-feudal. Apesar de relativamente desenvolvido, é regido por uma espécie de Guru Espiritual. O tal guru criou o Ministério da Felicidade, dizendo que “a função do Ministério é averiguar e promover a felicidade do povo do Butão”. Bolsonaro precisa urgentemente de um ministério da felicidade, até porquê se há algo que o brasileiro está sentindo, neste momento, é infelicidade. O meu candidato a ministro se chama Sérgio Mallandro. Ninguém melhor do que o Sérgio para nos divertir enquanto compatriotas morrem asfixiados no calor de 40° em Manaus. Só Serginho para nos tirar o peso da carestia que corrói o salário do Brasileiro. O problema seria de convivência. O ministro Sérgio (não o Moro), não saberia conviver com tanta gente burra. Ele está acostumado com os macacos da “Porta aos Desesperados”, não sabemos como ele lidará com os gorilas, ratos e chipanzés.

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O guru da logística, Generalzinho Pazuello, insiste em fingir parecer estar no controle. O jeito bonachão e a figura rechonchuda já denotam que o figura não é muito bom em controlar nem a si mesmo. Pazuello será conhecido como o ministro que deixou faltar oxigênio no pulmão do mundo, responsável por mandar o Exército produzir bilhões de comprimidos de cloroquina, influenciado por correntes de ZAP e pelo papo de meia dúzia de embaixador charlatão.

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Em maio, o embaixador da Índia foi ao programa “Pânico na rádio”. Mais caricato do que os humoristas presentes, o senhor embaixador tratou de vender o peixe da cloroquina, já que seu país é o maior produtor mundial do milagroso fármaco. Com argumentos que fariam Allan Terça Livre parecer razoável, o embaixador defendeu o tratamento precoce, criou nexos de casualidade que absolutamente não existiam e ainda teve tempo de cometer meia dúzia de machismos e infâmias que quase o promoveram a Chanceler, mas, desta vez, do governo Bolsonaro.

O presidente brasileiro, expectador assíduo do programa – apesar de mais chegado ao CQC ou Superpop – passou a repetir os mesmos argumentos do embaixador da cloroquina. Inclusive, na semana seguinte, o convidou para uma reunião, no horário que restava entre a live com Carteiro Reaça e o sócio da armamentista Taurus. Provavelmente fora o dia de trabalho mais feliz do capitão.

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Coronashield é o nome da vacina indiana. Com a tecnologia da Oxford, os indianos prometem cerca de 62% de eficácia. 12% a mais do que a Coronavac de João Doria. Bolsonaro se animou e novamente chamou o embaixador da cloroquina para conversar com o antichanceler Brasileiro, Ernesto Araújo. Se o embaixador da Índia é o “embaixador cloroquina”, Ernesto Araújo é o embaixador rivotril. Parece estar sempre à beira de um ataque de pânico.

Segundo o jornal “Times of Índia”, as negociações foram um fracasso. O Brasil ficou pra trás. A prioridade do governo indiano são os países com diplomacia mais forte, tais como: Nepal, Bangladesh, Mianmar, Sri Lanka, Afeganistão, Maldivas e, por fim, Butão.

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O anão diplomático Brasil terá que esperar os felizes cidadãos de Butão se vacinarem. A logística de Pazuello, atrelada à sanidade de Araújo e à competência de Bolsonaro, serão responsáveis por mais algumas milhares de mortes.

O Butão justifica seu Ministério de Felicidade. O Brasil não justifica sua República.

Por: Renato Zaccaro.

O que Brasil, Butão e Bolsonaro têm em comum? O que o reino da Felicidade tem que a baiana brasileira não tem? Vacina...