Análise do artigo de André Roncaglia sobre o novo arcabouço fiscal na Folha de São Paulo

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Quero fazer um debate respeitoso com esse artigo do André. O artigo chama atenção pelo que ele não debate. Vou dividir os argumentos em pontos, focando nas ausências, e como essas ausências impedem um debate concreto sobre o futuro do Brasil. Acompanha.

Analise do artigo de Andre Roncaglia sobre o novo arcabouco fiscal na Folha de Sao Paulo

– No artigo de André não somos informados que desde 2015, o Brasil vive ondas de austeridade cada vez mais duras. Esse país nunca teve investimento público suficiente para resolver problemas básicos, como analfabetismo e acesso à água, mas desde 2015, tudo vem piorando.

André, simplesmente, não pensa em debater qual o nível necessário de investimento público para recompor as perdas orçamentárias de 2015 até agora e, no limite, qual o nível necessário para resolver problemas estruturais e históricos do país. O futuro não existe.

– André também não debate a necessidade da existência de um teto de gastos. A ideia de que temos que ter uma regra fiscal que limita legalmente o gasto público foi naturalizada. É triste que um economista que entende tanto de política de desenvolvimento aceite isso como premissa.

Na prática, Michel Temer e sua Ponte para o Futuro venceram. Temer colocou um norte estratégico para o país e André, nesse artigo, busca defender uma política “mais racional” dentro da lógica da Ponte para o Futuro. Michel Temer vira o craque do jogo.

– Dentro dessa lógica, desconsiderando o que o país precisa para recompor as perdas orçamentárias de 2015 para cá, o que precisa para resolver problemas históricos e o que precisa para superar a dependência, só nessa visão, o novo teto de gastos é um avanço.

– Alguém pode dizer, é claro, que é o que deu para fazer frente a correlação de forças. Tranquilo. Mas faça isso sem dourar a pílula. É preciso dizer que com o novo teto de gastos seguiremos com um país sem o básico – tipo fim do analfabetismo – e condenado à dependência.