Há 138 anos nascia Getúlio Vargas. Líder do único processo revolucionário exitoso no Brasil, a Revolução de 30, Getúlio foi o maior presidente do Brasil sem dúvida alguma.
Antes de ser líder revolucionário e presidente do Brasil, o jovem Getúlio Vargas era um garoto intelectualizado que citava o positivista Augusto Comte e o socialista utópico Saint Simon nos seus escritos.
Segundo Gilberto Felisberto Vasconcellos, foi um admirador de Tobias Barreto, sergipano e um dos primeiros marxistas do Brasil.
Porém, Getúlio, herdeiro de Borges de Medeiros e Júlio de Castilhos, aprendeu a fazer política sob a égide dos debates do Positivismo no Brasil. Filiou-se à tendência gaúcho-fluminense. Foi daí e inspirado em José Bonifácio de Andrada e Silva que viu a importância do corporativismo – um equívoco associarem ao fascismo italiano -, dos direitos dos trabalhadores, do desenvolvimento da indústria e da soberania nacional. Isso tudo encontramos em “Dialética da Colonização”, de Alfredo Bosi.
Logo após a Revolução, foi o criador do conceito de educação e saúde pública. Vargas sabia que somente as políticas universais de inclusão levariam o Brasil à soberania.
Getúlio fundou o Brasil moderno nos direitos políticos, como o voto feminino e secreto. Também incentivou um orgulho nacional: o Samba. Os eventuais equívocos dessa política cultural foram revistos nas gestões de Brizola e Darcy no Rio de Janeiro (1983-1986 / 1991-1994), porém é um outro longo e rico debate.
No campo econômico, Vargas criou as bases que sustentaram – e podem voltar a sustentar – a industrialização do país com grandes empresas estatais como a CSN, a Vale do Rio Doce e a Petrobras.
Consolidou as leis trabalhistas, garantindo direitos avançadíssimos para o povo trabalhador naquele momento do mundo. Tudo inspirado nos movimentos latino-americanos e nas demandas dos sindicalistas brasileiros. Aliás, em 1945, ainda no Velho PTB, lançou um programa partidário buscando a ampliação desses direitos e a defesa da autonomia dos trabalhadores.
Getúlio manteve uma política externa independente: diferente de Bolsonaro, negociou com os Estados Unidos para fortalecer a indústria nacional. E foi o responsável para a entrada do Brasil na Segunda Guerra Mundial, derrotando o Nazifascismo na Europa.
Getúlio Vargas foi o principal quadro político do Partido Trabalhista Brasileiro e morreu como presidente filiado a este. Dizia que a democracia liberal esteve em declínio em representação porque se fundamentada na desigualdade e a democracia que se filiaria era a dos trabalhadores, a socialista.
Apesar de ser amplo na composição social dos seus governos, Getúlio Vargas sabia que colecionava inimigos advindos da elite brasileira por defender os mais pobres e uma nação soberana.
A elite o pôs contra a parede e, numa prova de amor ao Brasil, matou-se dizendo:
Não por acaso, o legado do maior presidente do Brasil – que dura até hoje, apesar de todas as ofensivas da direita – é o grande inimigo da elite brasileira que apoia Bolsonaro.
Hoje querem entregar a Petrobras, mudaram o ensino médio, retiraram direitos trabalhistas e impuseram a PEC do Teto de Gastos. Verdadeiros ataques ao Estado Desenvolvimentista. Lembrar de Getúlio é tirar o sono dessa elite que, como dizia Darcy Ribeiro, fez desse um país um moinho de gastar gente.
Como disse o samba da Estação Primeira de Mangueira:
“salve o estadista, idealista e realizador. Getúlio Vargas, o grande presidente de valor!”
Por Matheus Bizzo, carioca, tricolor e imperiano. Fora isso, estudante de História da UFF, membro do Diretório Metropolitano do PDT-RJ e faz parte da Fundação Leonel Brizola – Alberto Pasqualini, além de colaborar com a Comunicação do PDT.