Solução para crise energética é política

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Por Cesar Benjamin – Leio que a taxa extra na contra de luz vai subir 50% para todos, dando continuidade à gigantesca elevação dos custo da energia, inclusive domiciliar, num país que já teve energia barata.

Não precisa ser assim.

Hoje, temos dois problemas, relacionados mas não idênticos, no sistema elétrico brasileiro.

Um é o da probabilidade crescente de faltar energia. É um problema gravíssimo, pois o “combustível” das usinas hidrelétricas – água da chuva – não se compra. Ou existe ou não existe. Um sistema hidrelétrico com grande capacidade de estoque, como o brasileiro, permite um amplo horizonte de planejamento, mas quando é operado com sucessivas barbeiragens, sabe se vingar. Demora muito a se recuperar.

O outro problema é o preço da energia. Vou me fixar no caso domiciliar. Já se noticia que um número crescente de famílias precisa decidir entre comer ou ligar a luz.

Não precisa ser assim.

Um domicílio pobre – com, digamos, três lâmpadas, uma geladeira e uma televisão – gasta em torno de 100 kWh por mês. Um domicílio rico, com mais área iluminada, vários aparelhos de ar condicionado e muitos eletrodomésticos, pode gastar 800, 1.000 ou até 1.500 kWh.

O governo pode, perfeitamente, zerar o custo da energia para todos os domicílios nos primeiros 100 kWh e redistribuir esse custo gradativamente para os kWh consumidos a partir desse patamar, de modo a fazer a compensação.

Uma família que gaste até 100 kWh paga zero. Uma que gaste 110 kWh paga 10. Uma que gaste 1.500 kWh paga 1.400.

O custo de cada kWh pode subir conforme o aumento do consumo familiar, de modo que a soma total, arrecadada pelo sistema, permaneça estável.

Não precisa nenhuma fiscalização especial, nenhum critério de seleção. Tudo automático, nas contas de luz.

Isso se chama distribuição de renda.

Por: Cesar Benjamin.