A Imperatriz Leopoldinense foi campeã com um enredo bem desenvolvido e um desfile magnífico que trazia a literatura de Cordel para a Sapucaí. A escola retratou rapidamente o cangaço, e depois se concentrou nas aventuras pós-morte de Lampião, que desceu ao submundo mas não foi aceito no inferno por Satanás.
Virgulino sobe então aos aos Céus e empreende um ferrenho debate com São Pedro]. É expulso por uma quadrilha junina formada por santos, dentre eles São Francisco, São Benedito e a própria Nossa Senhora. Pede ajuda ao Padim Ciço mas não tem jeito, sai corrido em um balão na companhia do Zé Pelintra das Encantarias.
A tradicional escola de Ramos nos conta o destino do famoso cangaceiro. ‘Renascer’ perpetuamente nas artes e manifestações culturais populares: a sanfona de Luiz Gonzaga, o artesanato do Mestre Vitalino, os cordéis dos poetas, os mamelungos, e também as escolas de samba.
Para completar a emoção, o derradeiro carro alegórico trazia a ”herdeira do Cangaço”, a filha de Lampião e Maria Bonita, Expedita Ferreira, de 90 anos de idade, já acompanhada de netas e bisnetas do casal famoso.
Com uma estética apurada e mergulhada no imaginário do povo, a Imperatriz inovou na bateria com a utilização de instrumentos do Baião e apresentando um samba com certa entonação de xaxado.
O Carnavalesco Leandro Vieira declarou durante as comemorações pelo título ser “apaixonado pelo Brasil dos poetas poetas populares, o Brasil da Festa”, e ano após ano nos faz mergulhar nas imagens, sons e sabores dessa Utopia também carnavalesca que chamamos amorosamente de Brasil.
Que as celebrações prossigam nos subúrbios da Leopoldina, no Complexo do Alemão, e repercutam, na formado mito, por todo o Cosmos, incluindo Infernos e Céus.
PÃO, TERRA, TRADIÇÃO!
Por André Luiz Dos Reis
Publicado pela Frente Sol da Pátria