GILBERTO MARINGONI: STF avaliza desmonte geral. Qual era a meta do PT ao indicar a maioria do STF?

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Enquanto discutimos as bizarrices da ala zoológica do governo Bolsonaro, o STF aprovou na noite desta quinta uma medida que protocola o liberou-geral no desmonte do Estado. De acordo com a iniciativa, qualquer diretor de estatal pode vender suas subsidiárias sem aval do Congresso e sem licitação!

É algo gravíssimo! A Petrobrás, por exemplo, pode liquidar suas refinarias e redes de gasodutos por mero ato administrativo de seu presidente!

E isso quem aprovou foi o Tribunal com maioria de membros (7 de 11) escolhidos por livre e espontânea vontade por Lula e Dilma! A contraposição partiu de Lewandowski, Rosa Weber e Facchin. Votaram a favor da medida Alexandre de Moraes, Luís Roberto Barroso, Cármen Lúcia, Luiz Fux, Gilmar Mendes, Marco Aurélio Mello, Celso de Mello e Dias Toffoli.

Ou seja, se os “petistas” não quisessem, a proposta seria derrotada por 7 a 5.

Entre 2003 e 2016 foram indicados 13 membros para o STF. Desde 1900, somente Vargas, em seu primeiro governo (1930-45) designou mais membros para a suprema corte que as administrações petistas.

Lula e Dilma – se quisessem – poderiam ter mudado a face da Justiça brasileira. Optaram por não fazê-lo, assim como optaram por alocar profissionais ligados mercado financeiro na área econômica (Palocci, Meirelles, Lisboa, Kawall, Levy e outros) e gente ligada à Globo nas Comunicações (Helio Costa, Miro Teixeira, Paulo Bernardo).

Nunca vou entender as razões por conscientemente se deixar de lado uma chance única de fazer mudanças reais – ainda que pequenas – neste país.

Desculpem, mas nesse quesito, não se pode poupar Lula e Dilma.

Por Gilberto Maringoni