Esquerda e Direita querem que os EUA assumam o papel de Poder Moderador no Brasil

Esquerda e Direita querem que os EUA assumam o papel de Poder Moderador no Brasil

Bolsonaristas acreditam que houve interferência norte-americana nas eleições brasileiras. Independente do grau de influência no resultado, é fato que o Governo Biden articulou a favor de Lula [pelo menos pra garantir o veredito.]

Ao mesmo tempo, bolsonaristas articulam nos EUA uma interferência dos trumpistas na política brasileira. Reproduzindo o pior lado do olavismo, clamam para que os EUA nos libertem da “terrível ditadura comunista” que se implantou em nossas praias.

Os dois lados não só legitimam como incentivam que uma agência externa dite os rumos do Brasil. É como se projetássemos o Poder Moderador para uma instância estrangeira. Ele não sera mais exercido pelas FAs ou pelo STF, muito menos por uma liderança carismática. E sim pela Casa Branca.

Se nos anos 1950 os políticos ficavam de olho nas eleições internas do Clube Militar, no centro do Rio, pra entender pra onde caminhava a opinião dos generais, agora pretendem eliminar qualquer intermediação.

Claro que esse tipo de entreguismo tem raízes fundas na História brasileira. Mas antes havia quem ironizasse e denunciasse esse estado de coisas ao pedir Lincoln Gordon, Embaixador ianque, para Presidente da República.

Agora não, todos naturalizam o imperialismo. Tanto à direita quanto à esquerda, todos anseiam pelo Tio Sam e até exigem pelo Big Stick redentor pra satisfazer seu masoquismo.

Muitos Russófilos, inclusive, são agora trumpistas de carteirinha, suspirando pela alt-right ianque. Enquanto fingem “permanecer de pé em meio às ruínas”, gritam “vem” pra uma aliança imperialista formulado em torno do sionismo, do Destino Manifesto e da Doutrina Monroe.

É repugnante, um troço totalmente patético. Mais que isso, é uma satânica necromancia, que invocou o espírito de Calabar e o liberou de vez em nossas elites.

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