A primeira derrota da coalizão malthusiana

A primeira derrota da coalisao malthusiana
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A mentira e a tentativa de degradação moral dos opositores é o modus operandi dos identitários e dos devotos da seita woke. Mas no caso da polêmica em torno do PL 1904/24 as mentiras e as ofensas foram tão imensas e absurdas que resultaram numa grande derrota moral no debate público. Conseguiram mobilizar a sociedade no apoio ao projeto de lei.

Partindo para a invenção de que o projeto (que enquadra como assassinato o aborto de fetos com mais de 22 semanas de gestação) “protegia estupradores” e “mandaria crianças para a cadeia”, ou ainda que “impediria crianças estupradas de abortar” a coalizão woke (PT, mídia ex-liberal, Google, Meta, ex-querda psolista) tentou emplacar o nome de “PL dos estupradores” para o projeto. A mesma coalizão que sempre foi contra o fim das saídas temporárias, a esterilização química e o agravamento das penas para estupro.

O pano de fundo da lei ficou silenciado pelo barulho das hordas pró-aborto. E esse foi a decisão monocrática de Alexandre de Moraes que derrubou uma portaria do Conselho Federal de Medicina. Contra mais esse abuso do STF, legislando por cima do Congresso, surgiu no dia seguinte o projeto.

A portaria do CFM é muito técnica. Ela impede a prática da assistolia fetal por médicos baseada em dois motivos principais. Primeiro porque um aborto depois de 22 semanas é mais arriscado para a vida da gestante do que a conclusão da gestação. Segundo, porque como o feto com essa idade já tem chances de sobreviver fora do útero (é “viável”), é considerado um ser humano com todos os seus direitos refletidos no código de ética da profissão.

Além disso, a portaria descreve a crueldade inominável do procedimento, que consiste no assassinato do feto através de uma injeção de cloreto de potássio no coração. Depois de morto, o corpo do feto é esquartejado para facilitar sua posterior aspiração. A técnica foi desenvolvida para evitar que ele fosse tirado inteiro do útero apresentando sinais de vida, pois isso implicava o médico em assassinato, infanticídio puro e simples.

Nenhuma civilização pode sobreviver a tamanha degradação da vida humana e da prática médica. A campanha “criança não é mãe” mente ao afirmar que crianças podem ser presas por mais tempo que seus estupradores e obrigadas a parir. Primeiro, porque a lei não muda a permissão legal para abortos antes de 22 semanas em caso de estupro. Segundo, porque a lei não muda a permissão legal para abortos em caso de risco de vida para a mãe em qualquer idade gestacional. Terceiro porque crianças são inimputáveis de acordo com a Constituição, não podem ser sequer julgadas por aborto.

Mas em vez de discutir aspectos nebulosos do projeto de lei e do código penal, a coalizão malthusiana partiu para a agressão pura e simples na tentativa de constranger moralmente seus opositores, conseguindo efeito completamente contrário. A ocasião foi muito instrutiva para mostrar para setores conservadores da sociedade como o liberalismo brasileiro está totalmente embarcado na colisão da morte do globalismo. Wokismo, hedonismo, abortismo, abolição da segurança no emprego e congelamento do desenvolvimento com políticas de austeridade são todas faces do mesmo monstro malthusiano que colapsou a natalidade no Brasil.

Já a esquerda se tornou uma marionete de ONGs internacionais e minguou como um mero braço dessa coalizão. De tanto essa esquerda atual – relativista, hedonista e pequeno-burguesa – pregar que qualquer coisa minimamente moral é de direita, a maioria do povo brasileiro passou a se reconhecer como de direita.

Em sua arrogância niilista, ela continua a pregar que o apoio ao aborto é uma questão de “educação”. Mas não é. É uma questão moral. Esse comportamento desequilibrado de militantes pró-aborto é muitas vezes fruto de formação reativa, da necessidade de reprimir a tomada de consciência da natureza do que fizeram no passado calando uma visão diferente sobre o ato que vem de fora.

Isso só mostra o quanto o aborto é uma tragédia que marca para sempre todos os que participam dela. Tanto mais quando ocorre de forma tão cruel e carniceira com bebês prematuros.

O comportamento desonesto da coalizão da morte já garantiu a aprovação dessa lei. E que isso sirva como exemplo para todos de que, assim como não se pode impor práticas religiosas aos outros, minorias não podem impor um estilo de vida niilista e amoral à maioria.

A liberdade de ser amoral continua garantida por lei na medida em que não interfira com os direitos de outro ser humano. Mesmo de um ser humano ainda prematuro.

Mas essa liberdade nunca vai conseguir eliminar o senso moral da maioria da população.

Aquele sentimento básico de que existem ações boas e ações más nesse mundo.