O slogan do SBT e a ditadura do baú

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O SBT, segunda maior emissora do país, surpreendeu a todos ao comemorar o aniversário da Constituição Federal de 1988 com um novo slogan: Brasil, ame-o ou deixe-o. Armado com o slogan da linha dura da ditadura, a emissora prestou um gesto de reverência ao projeto de país do governo Bolsonaro e seu saudosismo militar.

Os donos de televisão quase sempre estão ao lado do governo. Quanto menores, mais dependentes são do anúncio público que engorda a programação, eivada de baixaria e de pouco ou nenhum valor social. A televisão no Brasil é um oligopólio dos amigos do poder e todas as concessões são fruto da permissividade das emissoras e dos grupos de comunicação com os governantes. Dito isso:

  • Silvio Santos é um homem senil e quando não o era, jamais teve como marca registrada o bom senso e a ponderação. Tentou lançar-se candidato à presidência em 89 como se está fosse o mimo. Era o que faltava ao dono do baú.
  • O SBT, assim como boa parte de suas concorrentes, esteve ao lado de Sarney, de Collor (com direito a programa semanal), de FHC, de Lula e de Temer. Quem não lembra de Temer pagando Silvio Santos ao vivo, numa cena grotesca? O SBT só não esteve do lado da Dilma pois nem ela mesmo estava.
  • Não significa dizer que esse slogan não é um sinal sombrio. Mas deve ser tratado mais como uma bajulação serviçal do que o prenúncio de uma ditadura. Por mais que homenageie uma. É a ditadura do baú da publicidade.

Vale lembrar que o eleitorado mais fiel de Bolsonaro não é muito chegado ao padrão Globo de qualidade. E também que o charlatanismo que comanda a TV Record já se alinhou como governo eleito. Ao SBT sobraria uma terceira via? O episódio de hoje mostrou que não. Talvez inclusive com um programa semanal nos moldes da “semana do presidente” de Collor. Silvio disputará as botas do capitão. O problema é que são muitas línguas para lambê-las.

Slogan SBT

Silvio Santos vem aí aí, olê olê olá.