A notícia de depredação de uma loja do Carrefour em São Paulo precisa ser examinada com muita cautela. Evidentemente o assassinato de João Alberto Silveira de Freitas é repugnante e expressa o racismo estrutural da sociedade brasileira. Os responsáveis – não apenas os seguranças – têm de ser punidos exemplarmente.
No entanto, o incêndio da unidade da rua Pamplona também precisa ser apurado. Pode ser revolta, mas pode ser provocação da extrema direita às vésperas das eleições. Houve o ato em comemoração ao Dia da Consciência Negra em frente ao MASP, com tom indignado contra a brutalidade no Sul. Não tenho notícias de violência ali.
Nenhuma outra loja da rede pelo país sofreu ataque semelhante. Em Porto Alegre houve um ato que fechou o supermercado onde ocorreu o crime.
O ataque em São Paulo, a uma semana de eleições muito disputadas, é algo muito estranho. A facada está aí, na lembrança de todas e todos. Espero estar errado.