Ciro Gomes e o PDT submetem Boulos e o PSOL à realpolitik

O ex-governador do Ceará, Ciro Gomes, líder do grupo político que governa o estado há quase três décadas com muito sucesso, obteve de Guilherme Boulos o apoio mútuo do PSOL ao PDT em São Paulo e Fortaleza no segundo turno.

O PSOL declarou neutralidade em 2016, quando houve um segundo turno idêntico na capital cearense entre o PDT e o bolsonarista motineiro Capitão Wagner.

O moralismo sectário do PSOL só funciona quando o partido só disputa eleições parlamentares. Para disputar eleições majoritárias a politica real se impõe. Foi isso o que Marcelo Freixo aprendeu a duras penas sofrendo sucessivas derrotas avassaladoras no Rio de Janeiro.

Aliás, Manuela D’ávila está com o mesmo problema. A candidata do PCdoB na verdade é a candidata do PT em Porto Alegre. O PCdoB não joga papel quase nenhum nas pautas identitárias da candidata e não serve como moeda de troca para o Ceará, onde o partido tem pouca expressão atualmente, além de estar a beira da extinção pela cláusula de barreira. Manuela vai ter que impor ao PT o apoio a José Sarto, o candidato dos Ferreira Gomes em Fortaleza.

O problema é que apesar do governador Camilo Santana ser formalmente do PT e ja ter apoiado o trabalhista Sarto no primeiro turno, Luizianne Lins, a ex-prefeita petista, que ficou em terceira colocada, odeia Ciro e seu grupo hegemônico no Ceará. Foi essa a pauta da reunião entre Ciro e Lula armada por Camilo Santana algumas semanas atrás.

O PT vai ter que conseguir controlar sua candidata derrotada e apoiar o PDT contra o bolsonarismo miliciano em Fortaleza, se não, nada feito em Porto Alegre.

A hipocrisia dos falso-moralistas hegemonistas e dos sectários amantes da derrota cobra seu preço.

Apoio acrítico sem reciprocidade por exigência moralista para lutar contra a direita malvadona nunca mais.

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