Por Marcus Wense – A inauguração do comitê ‘BrizoLula’ pelo diretório do PT do Rio de Janeiro, obviamente se referindo a Leonel Brizola e ao ex-presidente Lula, é mais uma iniciativa que fortalece o voto nulo dos ciristas em um eventual segundo turno entre o “mito” e o “Deus Lula”.
A doentia soberba do PT e a obsessiva neurose de ar de superioridade continuam a todo vapor. As manobras do lulopetismo visando enfraquecer à pré-candidatura de Ciro Gomes, presidenciável do PDT, são cada vez mais intensas e maquiavélicas.
Se Lula fez todo aquele jogo sujo na sucessão de 2018, e de dentro da cadeia, onde passou 580 dias vendo o sol nascer quadrado, imagine agora solto, sendo ele, e não um “poste”, como postulante ao cobiçado Palácio do Planalto, achando que pode liquidar a fatura logo no primeiro turno.
O “BrizoLula” é de um inominável cinismo. O saudoso e inesquecível Leonel de Moura Brizola, o único político brasileiro a governar dois Estados – Rio Grande do Sul e Rio de Janeiro -, morreu decepcionado com o PT e, principalmente, com seu líder maior.
“Quando cheguei do exílio fui visitar o Lula, que me recebeu como se fosse um imperador. Existe uma incompatibilidade entre nós, ali vi que Lula é um homem do sistema”, desabafou Brizola. Outra do fundador do PDT : “o PT é que nem galinha : cacareja na esquerda, mas bota ovo na direita”.
Brizola tinha razão. O “sapo barbudo”, como o pedetista chamava Lula, está hoje de mãos dadas com Renan Calheiros, Eunício Oliveira e companhia Ltda. Sem falar nos recadinhos para Eduardo Cunha e nos encontros com o ex-presidente Michel Temer, o articulador-mor do impeachment de Dilma Rousseff.
Para Lula, o tal do “golpe” deve ser esquecido. Os que foram às ruas protestar contra a defenestração da “companheira” Dilma que se danem, vão chorar lá no pé do caboclo, como diz a sabedoria popular.
Concluo dizendo que esse “BrizoLula” é mais uma do lulopetismo que vem agradando a campanha da reeleição de Jair Messias Bolsonaro. O anticirismo do petismo passa a ser um “cabo eleitoral” da autoridade máxima do Poder Executivo.
É impressionante essa retroalimentação eleitoral do lulopetismo com o bolsonarismo. Um torcendo pelo outro e os dois com medo de ter Ciro Gomes como adversário na segunda etapa eleitoral.
A covardia de enfrentar Ciro nos debates chega a ser assustadora, salta aos olhos. Se já tremem só em pensar, imagine na hora do frente a frente.
Por Marcus Wense