Nos últimos tempos assistimos a um grande debate sobre os destinos da Previdência, que está no centro do pacto social instituído pela Constituição de 1988. Eu mesmo fiz uma proposta, que tentava conciliar a busca de equilíbrio fiscal e a preservação dos interesses dos mais pobres. Afinal, esta é a grande dificuldade.
Minha proposta de incluir um plano público de capitalização que aplicasse todos os seus recursos em títulos do Tesouro Nacional sequer foi pautada. Nem a esquerda compreendeu o alcance dela.
Hoje O Globo informa que, com a aprovação da proposta do governo, o banco Santander estima em R$ 1 trilhão as aplicações em previdência privada já no próximo ano. O sentido da operação se desnuda.
Como eu já disse aqui, gerenciar planos de previdência jovens é o melhor negócio do mundo. É uma atividade econômica que só tem entradas, nenhuma despesa.
Os economistas conservadores, por sua vez, já começaram a dizer que esta reforma, antes salvadora, precisará dar lugar a outras, em sequência, tal como eu advertia. Cada uma delas será salvadora até ser aprovada, como foram salvadoras, nos seus tempos, as privatizações, a destruição da legislação trabalhista e por aí a fora.
É assim que se destrói um país.
Por Cesar Benjamin