RICARDO CAPPELLI: Sobre a pesquisa VEJA/FSB

pesquisa VEJA FSB

1 – Os dados da pesquisa são reais. A equipe FSB é séria. A questão não é a veracidade dos dados, mas a escolha de que cenários testar.

2 – Moro ganha de todos, inclusive de Bolsonaro. O presidente pode derreter pela economia, Moro, não. Este tema não é sua responsabilidade. O ministro continua sendo o político mais forte do Brasil.

3 – Bolsonaro ganha de todos, exceto de Moro. Empata tecnicamente com Huck no limite da margem de erro. Quando testados juntos, Bolsonaro (24%) e Moro (17%) somam 41%. A chapa Bolsonaro-Moro segue muito forte.

4 – Lula é o nome mais forte da esquerda. Mas não ganha de ninguém. Haddad é facilmente batido. Ciro estacionado, com viés de baixa. A esquerda continua presa ao seu 1/3 histórico.

5 – Huck liquída Doria, cada vez mais candidato a reeleição. O apresentador aparece forte como alternativa ao bolsonarismo e ao petismo. Seu desafio é furar a polarização no primeiro turno. Não será fácil. Pode morrer na praia. Se conseguir ir ao segundo turno, será difícil derrotá-lo.

6 – A pesquisa parece ter sido feita para levantar Huck. Testaram Lula no segundo turno mas não testaram no primeiro. Desnecessário? Não. Outras pesquisas comprovam que a presença de Lula no primeiro turno mexe no quadro inteiro. Existe intersecção entre os eleitores de Lula e Huck. Sem Lula, Huck alcança 16%. Com Lula, recua para 9%. Cobsiderar Lula igual à Haddad é forçar a barra.

7 – A aposta de Bolsonaro e do PT na polarização segue firme, sendo favorável, hoje, ao presidente. Dois atores podem mexer no tabuleiro e atrapalhar o plano: Moro, pela força individual impressionante, e Huck, se conseguir aglutinar um conjunto de forças. O resto do jogo está desenhado.

8 – A economia pode gerar um “efeito Macri”? Sempre pode. Mas comparar a Argentina com o Brasil é como igualar Messi e Paulo Henrique Ganso. Os dois jogam futebol, mas…

Por Ricardo Cappelli

 

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