O neo-varguismo atual é uma regressão ao pensamento cepalino

O neo-varguismo atual é uma regressão ao pensamento cepalino

Um dos motivos da crise do pensamento cepalino (Cepal) e o surgimento da Teoria Marxista da Dependência foi a constatação de que a industrialização latino-americana, especialmente no México, Argentina e Brasil, não reduziu ou ameaçou a dependência.

Antes o contrário. A industrialização, especialmente a partir do final da II Guerra Mundial, APROFUNDOU a dependência, com o capital estrangeiro controlando o setor de bens de capital e indústria pesada, configurando os países latino-americanos como consumidores de bens de capital produzidos no centro do sistema, mantendo, é claro, o controle sobre os processos científicos e a diferença de produtividade de capital.

Surge, então, o conceito de industrialização periférica ou dependente.

Um certo neo-varguismo atual regride ao pensamento cepalino dos anos 50 e fala de industrialização em geral. Como se aumentar a composição da indústria no PIB fosse sinônimo de menor dependência, necessariamente.

Triste. Mas não surpreso.

Leiam “Subdesenvolvimento e revolução” de Ruy Mauro Marini para entender de verdade a questão.

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