JONES MANOEL: Obrigado, comandante Chávez

Obrigado, comandante Hugo Chávez

Hoje é aniversário do maior revolucionário do século XXI na América Latina até o momento, o camarada Hugo Chávez. A trajetória de Chávez é incrível para pensar a luta popular e os caminhos do marxismo na América Latina. Militar nacionalista com fortes tendências anticomunistas, Chávez inicialmente concebia seu projeto como um resgate da nação. Como nacionalista sincero, sabia que não existe nação forte com o povo morrendo de fome, analfabeto, sem saúde, cultura, emprego etc. Pensava um projeto de nação com todo povo, incluindo a burguesia nacional.

Rapidamente descobriu que a burguesia do seu país é antinacional, antipopular e antidemocrática. Ela é associada, dependente e subordinada ao imperialismo. Odeia o povo, sua história, cultura e raça. Sonha com viver de renda em Miami e tem nojo da pele escura do exército de famintos que a cerca. Chávez foi percebendo que o nacionalismo é pouco; bem pouco. Rapidamente, seu nacionalismo foi cada vez mais se radicalizando, tomando ares populares, democrático-radical. Mas essa democracia radical e popular ainda não era suficiente. Atento leitor de marxistas como Mariátegui, Mészáros, Fidel e Che Guevara, Chávez passou a falar de socialismo. Seu anti-imperialismo foi se avermelhando.

Quando morreu, Chávez falava de “Estado comunal”, planificação econômica, poder popular, controle operário na produção. Já não tinha mais ilusões ou esperanças com a burguesia do seu país. Embora seja possível achar várias frases de Chávez criticando o marxismo-leninismo, as últimas formulações do comandante têm clara inspiração leninista.

Chávez, assim como vários outros líderes do Terceiro Mundo, como Fanon, Mao e Ho Chin Min, descobriu que não existe desenvolvimento com a burguesia, mas contra a burguesia. E mesmo quando a burguesia for usada para desenvolver as forças produtivas, nenhum poder político desse ser concedido a esses parasitas antinacionais. A expropriação política, como diria Mao, deve ir até o fim. Chávez é o homem responsável por liderar um processo político que reabilitou a palavra revolução depois da longa noite neoliberal.

Chávez era um dos nossos. Não teve tempo de continuar sua evolução teórica e política. Quem fala que ele era apenas um líder nacionalista burguês não entendeu nada do marxismo e da América Latina.

Obrigado, comandante. Seu legado vive.

Viva Bolívar!
Viva Chávez!

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