Ciro Gomes e a “divisão da esquerda”

ciro gomes e a divisão da esquerda

Os petistas dizem que Ciro Gomes está ”dividindo a esquerda” com as críticas que faz a Lula.

Ora, eu não faço questão alguma do epíteto de ”esquerda”. Sou um patriota, adepto do trabalhismo e da tradição nacional-popular de Vargas.

Mas o que os petistas chamam de esquerda? O PT ficou treze anos no governo abraçado às políticas neoliberais de Meirelles, Marcos Lisboa e até mesmo J. Levy.

Tornou o país refém de um restrito cartel de bancos, não alterou em nada a estrutura econômica herdada de Fernando Henrique Cardoso e Armínio Fraga.

Seus programas sociais mais visíveis são tributários da Escola de Chicago. O perfil da dívida pública continuou o mesmo, a desindustrialização avançou.

O PT vendeu para as classes populares o ”sonho da nova classe média”, nos tornou dependentes de commodities, e bancou a farra do nacional-consumismo tendo por base uma ”economia de shopping center”, enquanto nossa produtividade estancava.

As alianças de Lula foram com a pautas de determinada classe média, para a qual ”progresso” é sinônimo de droga, aborto, combate aos valores e à religiosidade popular.

Se isso é ser de ”esquerda”, então o epíteto vale de quê? Se unir a essas agendas acima é ferir de morte qualquer tentativa de tirar o Brasil das mãos dos entreguistas neoliberais, dos ianques e dos sionistas.

Todo e qualquer nacionalista que ainda não concluiu que o caminho é se desvincular desses movimentos, dos quais o petismo é voz e símbolo, continua com a cabeça nas nuvens em vez de mergulhar na concretude da verdadeira luta política de nossos tempos.

Por Andre Luiz Dos Reis

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