As aparências enganam: #Ciro2022 está mais forte do que nunca

As aparências enganam: #Ciro2022 está mais forte do que nunca

Os amigos mais desavisados sobre o que rola nos bastidores da política nacional vieram correndo me ‘contar’: “Puxa, agora ficou difícil mesmo pro Ciro, né? Com o ‘negócio’ do Lula, ele enfraquece né?” A resposta tem os deixado surpresos e pensativos: muito pelo contrário, meu amigo (a), Ciro está agora mais forte do que nunca.

Não foram poucas as reações ‘tela azul’ que recebi na última semana ao emitir essa opinião, que pode parecer otimismo exagerado, alguns chegam a sugerir desespero e até insanidade. Mas um olhar mais atento ao tabuleiro não deixa dúvidas: a volta de Lula ao cenário eleitoral pode funcionar como o empurrão que faltava para a candidatura de Ciro Gomes á presidência da República decolar de vez.

Mas como assim, Manga? Você enlouqueceu? Não. Ainda não. E como de costume, explico ‘de onde vem a calma’, como na música da banda que ou se ama ou se odeia: Los Hermanos. Eu amo. Voltemos. Ora, a questão é simples: Lula traz consigo o aumento da polarização e radicalização políticas que tanto cobram caro ao país, certo? Certo.

Mas isso tem um efeito também do outro lado da balança. A presença do ex-presidente no jogo também faz crescer e muito na sociedade brasileira o pensamento de que o país não deseja mais uma eleição baseada no radicalismo de discurso e na disputa entre PT e Bolsonaro, dois polos do mesmo populismo político. Populismo, vale lembrar, que nos trouxe até aqui.

Além disso, é evidente que o PT cresce nas pesquisas com Lula ao invés de Haddad, este último que assume um papel cada vez mais vexatório no cenário, funcionando como estepe do partido e atuando como porta-voz de ataques decididos em tenebrosas reuniões que ocorrem no seio da cúpula petista.

Ver Haddad, o mesmo que já elogiou Moro e a Lava Jato, que disse que a palavra “golpe” era muito dura, entre outras ‘afinadas’ à elite brasileira, querer dizer quem é e quem não é de esquerda, é levantar a bola pra que eu corte com a expressão que adoto nesses casos: francamente, companheiro.

Mas voltando: com Bolsonaro mantendo uma base sólida e com a subida eleitoral do PT com Lula, fica cristalino como água para os partidos e atores do centro político: promover mais de uma candidatura do campo nesse cenário é entregar o 2º turno de bandeja para os citados acima, o que literalmente ninguém quer sequer arriscar.

E aí é que ‘são elas’. É quase unânime de que se o centro político se unir e formar uma coalizão em torno de apenas um nome, são grandes as chances de levá-lo ao segundo turno em 2022, seja contra Bolsonaro (mais provável), seja contra Lula. E esse nome está cada vez mais nítido: Ciro Gomes do PDT.

No PSDB, o senador Tasso Jereissati elogiou Ciro publicamente nesse sentido, ao mesmo tempo que Aécio Neves deu a entender que a sigla pode optar por não lançar candidatura própria. Ainda no tucanato, Doria reconheceu pela primeira vez que pode tentar a reeleição em São Paulo e adiar o projeto nacional próprio.

No DEM, cresce internamente a simpatia por uma chapa Ciro-Mandetta, com o médico e ex-ministro da Saúde sendo vice-presidente na composição. Há quem diga que ACM Neto, presidente do partido, veja a chapa com bons olhos.

O presidente do Cidadania, Roberto Freire, também deu declarações recentes reconhecendo a legitimidade do nome de Ciro Gomes ser colocado na disputa presidencial fora do eixo Bolsonaro-Lula. A equipe de Luciano Huck, que flerta com vários partidos, já alerta o apresentador de televisão de que, agora, Ciro é seu grande concorrente para ocupar o espaço entre a polarização petista-bolsonarista.

Vale dizer que siglas como PSB e a Rede, de Marina Silva, já possuem conversas adiantadas com o PDT, que poderia encabeçar uma candidatura com apoio de mais de 5 partidos grandes, de estatura política, o que daria uma base de votos significativa para o pedetista brigar de igual para igual com seus adversários eleitorais em 2022.

Aliás, não é à toa que Ciro Gomes tenha sido atacado em menos de uma semana por diversos integrantes de peso do PT, seja com as bobagens de Haddad, seja com as distorções de Dilma Rousseff para taxá-lo de misógino na internet. Em entrevista para Kennedy Alencar, Ciro comentava sobre ex-presidentes e classificou Collor como um “aborto político”. Na sequência, disse que Dilma era “outro aborto” político e pronto: virou machista e misógino mesmo que o termo não tenha sido usado pelo fato de Dilma ser uma mulher, como a própria rápida explicação deixa claro.

Não foram à toa também as provocações e deboches de Lula, que disse em coletiva transmitida para o país inteiro que Ciro “quer ser professor de Deus”, entre outros ataques diretos àquele que até ontem, era chamado de amigo e companheiro. Imagino que Deus seja o próprio Lula na cabeça dele, para não deixar sem resposta. Se for, não faria – e não teria feito, nos últimos anos – mal escutar o que Ciro vem dizendo há tempos.

Existe a convicção no seio da cúpula central petista de que é preciso destruir a imagem a candidatura de Ciro. Quem não ameaça, não precisa ser contido, vale dizer.

É claro que daqui até as eleições presidenciais, muita coisa pode acontecer. Mas se podemos dizer que um aspirante ao Palácio do Planalto foi beneficiado, além de Lula, com a decisão de Edson Fachin, ministro do STF, não tenham dúvidas: esse alguém é Ciro Gomes.

Então, que ninguém se engane: sim, a articulação pelo #Ciro2022 está mais forte do que nunca.

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