Bolsonaro, Steve Bannon e os anjos da morte

Bolsonaro, Steve Bannon e os anjos da morte

No dia 31 de março o mundo contava 44043 mortos vítimas da covid-19. Eram, então, 12428 mortos na Itália, 8464 na Espanha, 5151 nos Estados Unidos, 3523 na França, 2425 no Reino Unido e 201 no Brasil.

Em 8 de maio o mundo chorava a morte de 275976 pessoas pelo novo coronavírus. Em pouco mais de um mês um crescimento de 526% no número total de mortos.

Os Estados Unidos passaram a liderar essa macabra estatística, passando para incríveis 78615 mortos. Para efeito de comparação em toda Guerra do Vietnam morreram cerca de 58 mil norte-americanos.

O Reino Unido assumiu o segundo lugar, com 31241 óbitos. Quando sabemos que em toda Segunda Guerra Mundial, de 1939 até 1945 morreram 67200 civis cidadãos do então vastíssimo e populoso Império Britânico, dá pra imaginar o impacto da atual pandemia na sociedade britânica.

A Itália chegou a 30201 mortos, a França 26230 e a Espanha 26299.

O Brasil fechou o dia 8 de maio, segundo dados compilados em todo mundo pela Universidade John Hopkins, a 9992 mortos.

O aumento no número de mortos nesse período de 31 de março a 8 de maio foi de 143% na Itália, 211% na Espanha, 644% na França, 1188% no Reino Unido, 1426% nos EUA e de 4871% no Brasil.

Isso mesmo, o total de brasileiros mortos por covid-19 multiplicou por 50 nesse período !

Enquanto Itália, Espanha e França somados viram sua participação cair de 56% para 30% no número mundial de óbitos, Brasil, EUA e Reino Unido viram a sua soma passar de 17 para 43%.

Brasil, EUA e Reino Unido, não por acaso, são cases de sucesso das estratégias políticas de Steve Bannon, que prima por espalhar fake news, incentivar o negacionismo da ciência, promover o ódio e a intolerância e a promover fissuras sociais de difícil recomposição. Tudo baseado em caríssimas e sofisticadas empresas de monitoramento de redes sociais e ao uso incessante de robôs e de qualquer ferramenta que permita atingir os objetivos traçados. Graças ao sucesso disso tudo vimos as surreais manifestações pedindo o fim do isolamento social por aqui.

A falta de liderança do governo federal na definição e condução de diretrizes claras e eficazes de combate a pandemia, não se iludam, fazem parte dessa política de morte.

Estamos assistindo Bolsonaro promover a morte de dezenas de milhares de brasileiros ajudando a tirar do seu ídolo Trump a incômoda posição de líder do país com maior número de mortos, cumprindo o criminoso papel de boi de piranha genocida.

O absurdo tabu estabelecido entre os ministros, proibindo a menção da óbvia necessidade de isolamento social, é ditado não por preocupação com a economia – que já vinha muito mal ANTES da pandemia – mas pelas orientações recebidas dos estrategistas externos que definem os rumos desse governo.

Mesmo com Trump e Boris Johnson, passando a adotar e defender, ainda que tardiamente, políticas de restrição de circulação na Inglaterra e nos EUA, que certamente salvaram e ainda vão salvar muitas milhares de vidas de cidadãos americanos e britânicos, por aqui Bolsonaro insiste na dança da morte.

Dentre os anjos da morte de Steve Bannon cabe a Bolsonaro o papel de genocida maior. Afinal suas ações e omissões vão matar meros brasileiros. Em sua maioria pretos e pobres.

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