Bolsonarismo acuado perde mais apoio e se desespera

As últimas pesquisas do Datafolha, após a famosa reunião de 22 de abril – e agora com a polícia federal em cima dos milicianos digitais – revelam a perda de apoio progressiva a Jair Bolsonaro. Por isso, ele sobe o tom nas palavras, e seu filho fica falando as bobagens de sempre junto com aquele sujeito que se diz filósofo lá nos Estados Unidos.

Revelam também que, apesar de o povo em geral não ter certos recursos mais sofisticados de informação e ser, muitas vezes, enganado, as pessoas não gostam de palavrões e esse jeito tosco de ser num comportamento deplorável vindo de uma autoridade pública, ainda mais do presidente da República.

Os sinais são evidentes, e até o general Augusto Heleno já mudou de tom, dizendo que suas palavras foram deturpadas quando reagiu à decisão do ministro do STF Celso de Melo de mandar apreender o celular de Bolsonaro. A culpa sempre é da imprensa, esses comunistas incorrigíveis.

A pesquisa do Datafolha não fala que a mentira tem perna curta, o velho ditado que todos conhecemos. As grandes mentiras então ficam aleijadas com o tempo, como é o caso da crise econômica.

Bolsonaro vai perder mais apoio ainda na medida em forem flexibilizadas as regras do isolamento em diferentes regiões do país, e o povo verificar que a economia não pode ir para frente com esse projeto de destruição do Paulo Guedes. Que, na verdade, a crise econômica é muito anterior à chegada da pandemia aqui.

Nesse contexto, algumas lideranças de esquerda tem que fazer como outros líderes e, principalmente, como Ciro Gomes, que bota o dedo na cara desses fascistas no tom que eles merecem. Não podem essas lideranças fazerem declarações cheias de amavios, achando que estão em bares da moda ou em ateliês de Santa Tereza, no Rio de Janeiro, ou na Vila Madalena, em São Paulo.

Seguinte: nada de temores contra golpes absurdos. Bolsonaro já passou da conta. As lideranças não podem ser elegantes. Têm que ir para cima, reagir e desqualificar todos os ministros, os filhos de Bolsonaro, os amigos da família, os amigos dos amigos da família, e, evidentemente, os criminosos.

Povo pode, às vezes, ter que se submeter a criminosos, por motivos evidentes. Mas não gosta de bandidos, assim como não gosta de palavrões na boca de autoridades que ficam misturando termos chulos com conceitos abstratos.

Povo não gosta de lideranças ignorantes que distorcem a história. Por exemplo, abusando de termos como liberdade (liberdade de quem, cara pálida?) e comparando perseguição de bandidos milicianos à perseguição contra judeus massacrados pelo nazismo. Haddad tinha razão: é gente de quinta categoria. O povo não gosta de ser governado por gente de quinta categoria.

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