General Santos Cruz e Alexandre Kalil rejeitam aliança com Lula e o PT

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Lulinha Paz e Amor está livre e elegível, mas sua vida continua dura. Dia após dia o PT solta balões de ensaio de possíveis vices e alianças amplas com partidos do Centrão, empresários, e até militares.

A primeira pessoa a constranger os petistas na afobada corrida pelo vice que os tire do isolamento foi a empresária Luiza Trajano, cobiçada pelo PSB como ‘outsider’ para cacifar o partido nas negociações de 2022. No último domingo, o colunista da Época, Guilherme Amado, relatou uma ligação dela a Lula, numa matéria desmentida e corrigida logo depois. A primeira versão da matéria, intitulada “O telefonema de Luiza Trajano para Lula” dizia que “Luiza Trajano telefonou para Lula e muito educadamente pediu que o PT não fale mais no nome dela como uma possível vice dele em 2022. Trajano pontuou que não quer nada com a política e que a especulação estava atrapalhando os negócios dela“.

A própria Luiza teria ligado ao jornalista desmentindo a notícia, que mudou a manchete para “Luiza Trajano não telefonou para Lula” e corrigiu o texto dizendo que recebeu a informação de pessoas muito próximas ao ex-presidente: “Luiza Trajano não telefonou para Lula para pedir que o PT não use seu nome como possível vice em 2022. A coluna havia publicado essa informação que, embora checada, estava errada. Trajano afirmou à coluna neste domingo que não fala com políticos há tempos e está focada na vacina. O erro da coluna revela outra coisa: pessoas do entorno de Lula — mais de uma — estão empenhadas em afastar a possibilidade de ela, que já disse não querer ser candidata a presidente, ser citada como possível vice do ex-presidente no ano que vem”.

Outro episódio insólito foi o aceno de Lula para abrir diálogo com os militares descontentes com o governo e o PT cogitando para vice o nome do General Santos Cruz, ex-ministro de Bolsonaro. O General defendeu que o centro deve se unir contra a polarização entre Lula e Bolsonaro e foi categórico: “o Brasil não merece ter que optar entre dois extremos já conhecidos, viciados e desgastados“.

Além da empresária e do General, o PT buscou sondar a possibilidade de aliança com o prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil, que ainda por cima traria para a candidatura de Lula o apoio do PSD de Gilberto Kassab. Porém, nas Minas Gerais, Kalil atua contra a hegemonia do PT, assim como do PSDB, seja local ou nacionalmente, em busca de uma alternativa ao petucanismo que se reveza no poder sem alterar nada. O prefeito de Belo Horizonte apoiou Ciro Gomes em 2018 contra seu próprio partido que apoiou Geraldo Alckmin. Segundo ele, PT e PSDB não merecem outra chance na região “porque não fizeram bem“:

Portanto, também nacionalmente, é pouco provável que em 2022 Kalil dê um giro “à esquerda” para apoiar o rejeitado lulismo no estado que recusou um mandato de senadora para a inepta sucessora de Lula, mesmo em sua terra natal. O ascendente líder mineiro é a esperança da população mineira para superar o colapso da hegemonia PT-PSDB seguida da anti-política de Romeu Zema do Novo apoiado por Bolsonaro. A tendência é que Alexandre Kalil apoie novamente Ciro Gomes como esperança correlata de superação do lulismo e do bolsonarismo. Até porque, diante do entusiasmo dos petistas que queimaram a largada comemorando uma possível chapa Lula-Kalil, ele respondeu com a verve que lhe é característica: “É impressionante como tem gente que, no meio de tanta tragédia, brinca com coisa séria. Não tenho nenhuma ligação com o PT. Não adianta querer me colocar uma estrela no peito. Na minha primeira eleição, falei: ‘querem colocar uma estrela no meu peito’. Daqui a pouco, vão falar que tenho um escudo do Cruzeiro tatuado na coxa“.

Não satisfeito com tantas rejeições humilhantes, Lulinha Paz e Amor ainda enviou um emissário, o governador do Piauí, Wellington Dias, para abrir conversas com o PSDB na esperança de formar uma frente ampla de oposição a Bolsonaro. Em meio a crise da pandemia e do colapso da saúde pública, Lula vem tentando capitalizar em cima da falta de vacinas causadas pela incompetência da política externa do governo, seja tentando utilizar seu antigo prestígio com aliados internacionais ou implorando caridade publicamente para o presidente dos EUA. Diante da total inviabilidade da empreitada marqueteira, o petista buscou diálogo com os antigos ‘inimigos mortais’ tucanos. Seu aceno foi recebido por Bruno Araújo, presidente do PSDB, dizendo que preferia levar um tiro a ter que optar entre Lula e Bolsonaro: “infelizmente eu voto em branco“.

Pois bem. Lula passou anos preso na disputa infernalmente monotemática contra a perseguição da Lava-Jato e o natural isolamento daquela situação. Agora livre, e novamente bem vestido com sua melhor roupa e perfume de Paz e Amor, Lula deu sua primeira saidinha ao mundo da política no Tinder das alianças pragmáticas, mas voltou com a autoestima destruída ao se dar conta que não é mais tão atraente como no passado.

A situação é tão dramática, que anima Boulos e os religiosos da “guinada à esquerda” do PT dentro do PSOL. Até o psicodélico neymarzista-lulista PCO vai querer a sua fatia da poderosa Frente de Esquerda após tanta lealdade. Imagina uma chapa Lula-Rui Costa Pimenta? Haddad curtiu isso.

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